Como a cultura impacta na retenção de talentos?
Em empresas de diferentes setores, a força da cultura organizacional age como um ímã de várias maneiras. Isso porque ela cria uma identidade de marca, que ressoa com os potenciais colaboradores. Além disso, ela também promove um ambiente de engajamento e empoderamento, em que as pessoas se sentem valorizadas. Por fim, uma cultura forte é, muitas vezes, indicativa de crescimento.
Para os gestores de agências de publicidade, um dos desafios é justamente fortalecer a cultura organizacional, para que ela seja uma das forças da marca.
Neste artigo, mostramos como e porque a cultura da agência é decisiva para a retenção de talentos. Continue a leitura!
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O impacto da cultura na retenção de talentos
As agências que constroem e mantêm uma cultura positiva trabalham também para manter uma equipe forte por mais tempo. De acordo com uma pesquisa realizada pela Society for Human Resource Management (SHRM), 94% dos entrevistados dizem que ficariam em uma empresa por mais tempo se ela investisse em seu desenvolvimento profissional, e 88% dizem que considerariam a cultura da companhia antes de aceitar uma oferta de emprego. Além disso, um estudo da Glassdoor descobriu que empresas com culturas fortes tinham uma taxa de rotatividade de apenas 13,9%, em comparação com 48,4% para empresas com culturas fracas.
Os profissionais que se sentem valorizados e apoiados pela empresa empregadora são mais propensos a permanecerem na casa a longo prazo.
Em síntese, uma cultura positiva contribui para a retenção, porque ajuda os profissionais a se sentirem engajados, motivados e comprometidos com seu trabalho, o que leva a um aumento da satisfação no trabalho e a um menor risco de esgotamento.
Além disso, um forte senso de comunidade e valores compartilhados dentro da agência também podem promover um senso de lealdade e pertencimento entre os profissionais, o que os torna mais propensos a permanecer na empresa, mesmo que recebam uma oferta melhor em outro lugar.
A vantagem competitiva de uma cultura forte
A vantagem competitiva de uma forte cultura organizacional se estende além de apenas atrair talentos; ela desempenha um papel fundamental na sua retenção.
As empresas que investem na criação e manutenção de uma cultura em que as pessoas se sentem valorizadas, compreendidas e conectadas à missão e aos valores da organização são mais propensas a promover uma força de trabalho leal e produtiva.
Muitas empresas compreendem esse movimento e, ao manter uma cultura forte, se classificam, ano a ano, como alguns dos melhores lugares para trabalhar. Os gestores dessas companhias entendem que a cultura não é um elemento estático, mas um aspecto dinâmico e em evolução constante. Eles trabalham continuamente no fortalecimento de sua cultura, garantindo que ela se adapte e cresça com as mudanças nas necessidades e aspirações de seus colaboradores.
Exemplos do mundo real: campeões da cultura organizacional e da retenção de talentos
Google: um farol de criatividade e colaboração
O Google é um modelo de como uma cultura forte e positiva pode influenciar a satisfação e a retenção dos profissionais. A abordagem da empresa, que enfatiza a criatividade, a colaboração e o respeito pela individualidade, é mais do que apenas uma política; está enraizada em todos os aspectos de suas operações. Essa cultura única está bem documentada em “How Google Works” (2015), de Laszlo Bock, que fornece uma visão privilegiada da cultura inovadora da empresa.
O ambiente do Google incentiva os profissionais a pensar fora da caixa, correr riscos e ser criativos. Sendo assim, essa cultura de inovação não apenas atrai algumas das mentes mais brilhantes, mas também as retém, fornecendo um espaço de trabalho onde elas podem prosperar, crescer e se sentir genuinamente valorizadas. O respeito pela individualidade e a ênfase no sucesso colaborativo fazem do Google um lugar onde as pessoas não trabalham apenas; elas contribuem para algo em que acreditam.
Netflix: capacitação, liberdade e responsabilidade
A cultura da Netflix, caracterizada pela liberdade e responsabilidade, permanece como outro modelo exemplar no mundo corporativo. Conforme explorado em “Powerful: Building a Culture of Freedom and Responsibility” (2018), de Patty McCord, a Netflix cultivou um ambiente onde os colaboradores estão capacitados para tomar decisões e se apropriar de seu trabalho.
Acima de tudo, a gestão da plataforma de streaming é orientada para um modelo que empodera os profissionais, trata-se de confiar neles para agir no melhor interesse da empresa. É assim que a empresa incentiva a responsabilidade e promove um senso de propriedade entre os colaboradores, fazendo com que eles se sintam mais conectados ao seu trabalho e ao sucesso da empresa.
A abordagem da Netflix demonstra como dar liberdade aos profissionais, juntamente com expectativas e responsabilidade claras, pode levar a altos níveis de satisfação e retenção de talentos. É uma cultura que respeita e valoriza o indivíduo, ao mesmo tempo em que enfatiza o sucesso coletivo da equipe.
3 dicas de como a cultura impacta na retenção de talentos
Mas, afinal, como estruturar uma política de gestão da cultura, que também gere impacto positivo na retenção de talentos?
Listamos algumas práticas que podem ajudar. Confira!
Seja intencional na definição da cultura
A cultura é a estrutura social implícita em sua organização, formada pelas normas, atitudes e comportamentos de sua equipe. A cultura permeia vários níveis de uma organização e se torna enraizada na empresa e em seus colaboradores.
Quando essa cultura organizacional está alinhada com objetivos, valores e motivações pessoais, esse propósito compartilhado pode gerar uma enorme quantidade de energia e promover a capacidade de uma organização de prosperar.
A cultura da sua empresa define sua organização, tanto para você quanto para aqueles com quem sua empresa interage. Entenda qual é a cultura da sua empresa e seja intencional em promover a cultura que você deseja.
Sua organização é excessivamente política? Como as decisões são tomadas? Existe estrutura e política em vigor, ou é o oeste selvagem?
Seja honesto sobre qual é a sua cultura e como sua empresa opera e, em seguida, procure pessoas que sejam motivadas por essa cultura, não frustradas por ela.
Mantenha a cultura organizacional forte e fortaleça a retenção de talentos
Depois de estabelecer o que deseja da cultura corporativa, é crucial que você realmente continue a construir e manter essa cultura. Não é algo que você pode decidir e esquecer. Cultura organizacional exige cuidado, manutenção, revisão, atualização.
Você pode, por exemplo, construir um conjunto de pilares que descrevem a cultura e como essa cultura é incorporada na maneira como trabalhamos juntos. Não deixe que a cultura caia no esquecimento. Os pilares podem ser revisados, por exemplo, no início de cada reunião.
Talvez o mais importante, é imperativo que os líderes se atenham à sua palavra. Se você defende uma cultura de colaboração, certifique-se de realmente dar ao seu time uma plataforma para compartilhar suas ideias.
De outro modo, se o crescimento contínuo é um dos elementos da cultura organizacional, garanta que as pessoas tenham a capacidade de aprender, crescer e se desenvolver. Em síntese, seja coerente e transparente, para que a cultura permaneça viva na rotina da agência.
Para o bem ou para o mal, a cultura e a liderança da empresa estão inextricavelmente ligadas. Enquanto os fundadores colocam a nova cultura em movimento, ao longo do tempo, os líderes continuam a moldar essa cultura por meio de ações conscientes e inconscientes.
Por isso, é fundamental que os líderes se concentrem no impacto que suas ações têm na cultura e monitorem como ela está evoluindo, de forma positiva ou negativa.
Revise os procedimentos de contratação e integração
Conduza as novas contratações com um plano claro, inclusive com visão de crescimento futuro. Contrate especificamente para a cultura. Faça perguntas estratégicas no processo de entrevista que abordem especificamente a cultura e esteja atento a padrões e tendências em todas as entrevistas de um candidato. Avalie esses padrões para ver se eles se alinham com a sua cultura.
Lembre-se: pode ser fácil justificar a contratação de candidatos com currículos impressionantes sem primeiro considerar o ajuste cultural, mas ouça seu instinto.
Depois de encontrar seu candidato, preste atenção ao processo de integração. Uma pesquisa Jobvite com trabalhadores que deixaram uma empresa, nos primeiros 90 dias, mostrou que 28% listaram a cultura da empresa como a razão pela qual saíram. Pense em maneiras únicas de começar a incorporar a cultura nas experiências diárias dos novos colaboradores.
Por exemplo, se um dos seus valores é o empoderamento, certifique-se de dar ao seu novo profissional um projeto ou experiência que o capacite a mostrar suas habilidades e competência. Reforce seus valores falando sobre como eles podem esperar muito mais desses tipos de experiências em seu papel, porque é fundamental para a cultura da sua empresa.
A cultura organizacional da empresa pode ser um recurso incrivelmente poderoso tanto para recrutar quanto para fortalecer a retenção de talentos, diminuindo a taxa de rotatividade da agência. As pessoas querem contribuir para as melhores empresas porque se alinham com seus próprios valores pessoais, motivações e expectativas. Usar sua cultura como um forte diferencial de seus próprios valores é uma ferramenta atraente.
Cultura organizacional forte potencializa a retenção de talentos
Cada empresa desenvolve e mantém uma cultura única, que influencia a maneira como os profissionais pensam, sentem e se comportam no local de trabalho. Hoje, muitos deles estão prontos para mudar sempre que estiverem insatisfeitos por qualquer motivo.
Daí a importância de manter uma cultura forte na agência, em um ambiente inovador, que seja capaz de alavancar a retenção de talentos. Na prática, a geração de ideias, a capacidade e a assunção de riscos são essenciais para agências que buscam alta retenção.
Como vimos até aqui, é importante que os gestores criem estratégias inovadoras e ajustem, continuamente, a cultura da agência. Somente assim será possível se manter competitivo, atender à pressão definida pelos concorrentes e melhorar a capacidade de atrair, treinar e reter os colaboradores.
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Jornalista por formação e Especialista em Administração da Comunicação pela Sustentare Escola de Negócios. Apaixonada por pessoas e curiosa, tem a certeza que nasceu para comunicar. Há dez anos, trabalha na área, tendo ampla experiência em comunicação corporativa, inbound marketing e gestão de redes sociais.
- Por Ariadna Straliotto em 13/08/2024
- Categoria: Gestão