Facilitação Gráfica: redescobrindo desenhos
Por Louise Vendramini
A comunicação por meio de textos corridos, predominante ainda hoje, começou a ser amplamente utilizada como um reflexo da rigidez e da linearidade necessárias nas fábricas, nas linhas de produção e no processo de militarização na época da Revolução Industrial. Portanto, pensar era também uma atividade mais simplificada, do tipo “ou isso ou aquilo”. Ou seja, essa forma de raciocínio linear perdeu parte de sua relevância nesta era de abundância de informações e conhecimentos. Hoje, é mais interessante um raciocínio não linear, de natureza ágil e flexível. Aí que surge a facilitação gráfica.
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Representações Gráficas X Linguagem Escrita
Atualmente, apesar das imagens serem parte da cognição humana, frequentemente elas são marginalizadas e subvalorizadas na educação. Além disso, muitos de nós, com cerca de 7 anos de idade, abandonamos ou reduzimos significativamente nossas representações gráficas, e passamos a utilizar a linguagem escrita como forma única ou preferencial de registro.
Porém, a principal linguagem do cérebro não é nem a palavra escrita nem a falada. Assim, esse órgão trabalha por meio dos sentidos, criando associações entre imagens, cores, palavras-chave e ideias. Ou seja, a mente é projetada para entender informações não lineares.
A facilitação gráfica, técnica criada nos Estados Unidos na década de 70, vem crescendo nos últimos anos no Brasil, baseada em princípios e práticas que utilizam a linguagem visual criativamente, com o intuito de ajudar as pessoas a, literalmente, visualizarem as informações e compreenderem seu significado, por meio de imagens e palavras. Portanto, envolve a organização e o registro de conteúdos, facilitando a compreensão de um determinado tema ou problema.
Contudo, esta técnica utiliza nossa habilidade inata de ver – tanto com nossos olhos quanto com nossa imaginação – para descobrir ideias que de outra forma seriam invisíveis e para desenvolvê-las rápida e intuitivamente.
As aplicações da facilitação gráfica incluem:
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Registro gráfico (graphic recording ou colheita visual):
É a transcrição de conteúdos expressos verbalmente (em palestras, aulas, reuniões, etc.) para a linguagem visual. Logo, o facilitador gráfico captura a essência do conteúdo e a transcreve de maneira lúdica, em tempo real. Neste formato, a facilitação gráfica contribui significativamente para os processos de aprendizagem tanto acadêmicos quanto nas organizações.
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Vídeos:
Os conhecimentos da facilitação gráfica, de organização e apresentação de ideias, utilizando imagens e palavras, também podem ser aplicados na produção de vídeos explicativos e publicitários. Ou seja, vídeos em que aparece uma “mãozinha” fazendo o desenho estão sendo produzidos frequentemente por facilitadores gráficos.
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Venda de ideias:
A técnica conhecida como Whiteboarding, utiliza desenhos simples, feitos em tempo real para vender produtos e serviços. Essa técnica está sendo crescentemente utilizada como uma substituta para as apresentações feitas no power point, garantindo um engajamento maior do cliente em prospecção
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Facilitação gráfica de grupos:
É o processo que combina a condução de grupos com a linguagem visual. Neste caso, a facilitação gráfica constitui um apoio valioso à moderação. Além disso, essa aplicação ocorre, frequentemente, como apoio aos processos colaborativos, criativos, de tomada de decisão e de resolução de problemas, facilitando a comunicação interativa. Também oferece apoio às diferentes etapas de vida dos grupos, esclarecendo seus papéis e sua dinâmica de funcionamento.
Portanto, considerando que a comunicação constitui tanto a causa quanto a consequência de nossos pensamentos, a utilização de uma outra forma de compreender e registrar, instiga uma mudança no modo como interpretamos o mundo, gerando novas possibilidades de posicionamento e ação.
Enfim, você já pensou em novas formas de ler e apresentar suas ideias? Muito além de frases, linhas e argumentos. Com a facilitação gráfica, dá para compartilhar sua visão de mundo com muito mais criatividade, cor, e de um jeito superlúdico.
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Ou visite: www.lousendramini.com.br
Jornalista por formação e Especialista em Administração da Comunicação pela Sustentare Escola de Negócios. Apaixonada por pessoas e curiosa, tem a certeza que nasceu para comunicar. Há dez anos, trabalha na área, tendo ampla experiência em comunicação corporativa, inbound marketing e gestão de redes sociais.
- Por Ariadna Straliotto em 15/03/2016
- Categoria: Setor Criativo