Lições para ser um bom gestor (e uma boa pessoa)

Uma de nossas discussões mais recorrentes no mercado e nas empresas – sejam grandes, sejam pequenas – é o novo modelo de gestão. E quando falamos em gestão nos referimos às pessoas. Assim como aos recursos, aos negócios, ao cenário e, sobretudo, aos diferentes modos e processos que selecionamos para conduzir a nossa trajetória, impactando na vida das pessoas e no contexto. Se analisarmos tudo isso, fica fácil perceber: o mundo pede (é um imperativo mesmo, por isso, é difícil escapar) que você seja um gestor. E, para começar, nada melhor do que ser ‘dono’ do próprio caminho. Por sequência, também de sua carreira ou mesmo do seu negócio. É por isso que iremos apresentar aqui algumas importantes lições para ser um bom gestor.

Comece sendo um bom ser humano

Dependendo do perfil, alguns podem ter mais facilidade para conduzir a vida de forma mais ‘estratégica’. Conscientes das suas responsabilidades e do desafio de fazer diferente para si e para os outros. Afinal, nossa caminhada não é construída unicamente para nós. Devemos – e, cada vez mais, necessitamos – ter um senso um pouco mais altruísta, fazer as coisas com propósito, para que elas tenham significado e repercutam positivamente na vida de todos.

Querer tornar-se um ser humano melhor, diariamente, e aprimorar-se como profissional e gestor é bom para você, para mim, para as empresas, e, a longo prazo, é fazer história e deixar legado. Então, que tal começar ou continuar este exercício? Para te ajudar, trouxemos cinco lições inspiracionais para ser tornar-se um bom gestor (e uma pessoa melhor).

 

1. Arrisque-se mais

Quando dizem que temos um potencial inexplorado e uma força que desconhecemos parece clichê. Mas a verdade é muitos de nós levamos muito tempo para fazer estas descobertas. E tem gente que só descobre porque o plano A não dá certo. Ok! É um caminho possível, mas dá para simplificar, né?

Linda Rottenberg, co-fundadora da Endeavor, defende que o “empreendedorismo é uma ideia e habilidade que todos podemos aprender. Hoje, todos, não apenas precisam pensar e agir como um empreendedor, assim como podem e devem.” É preciso apenas se permitir e mergulhar de cabeça na ideia, por mais absurda que possa parecer.

A estratégia mais arriscada, hoje, é a de não assumir risco algum. E prepare-se: as pessoas podem se surpreender com sua postura proativa e sua vontade de avançar com suas ideias. Então siga em frente e não se deixe paralisar pelo medo. Como observa Linda, “as melhores ideias não morrem no mercado, não morrem na sala de conferência, ou no laboratório. Elas morrem nos chuveiros. Pois todos nós temos as ideias, mas quando saímos, nos convencemos de que é terrível e não podemos avançar. ”

 

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2. Aja como um empreendedor e seja ousado o suficiente para ser chamado de louco

Neste caso, ser louco cabe como um elogio. Grandes pessoas foram tachadas de loucas e entraram para a história. Henri Ford, Thomas Edson, Marie Curie e os co-fundadores do X-box fizeram projetos dados como improváveis darem muito supercerto e fizeram história.

Além disso, uma boa dose de loucura é valiosa na busca pelo sucesso e pela autorrealização. Linda comenta sobre ser louco. “Sempre digo aos empreendedores, a primeira lição é: ser louco não apenas é um elogio. Mas se você não está sendo chamado de louco, ao começar algo novo, você provavelmente não está pensando grande o suficiente.”

 

3. Menos powerpoint, mais liderança

Embora algumas empresas insistam em fórmulas já conhecidas, a verdade é que muito mais do que pessoas que saibam apresentar ideias e planos de negócios, as empresas – e o mundo – precisam de líderes inspiracionais. Ou seja, que sejam dotados de coragem para fazer o projeto sair do papel e de carisma para conquistar as pessoas que compartilham os mesmos valores e objetivos.

Para Linda, é de líderes mais humanos – e não endeusados – que precisamos. “Precisamos de líderes que sejam “imperfincríveis”. Minha palavra favorita. Uma combinação de imperfeito com incrível. O interessante é que, uma vez enquanto líder, ao começar a demonstrar suas próprias imperfeições, você dá às pessoas permissão de assumir riscos. E uma das coisas mais importantes para criar um ambiente empreendedor, é permitir algumas falhas.”

 

4. Significado, propósito e tempo

Um número cada vez menor de pessoas se rende a trabalhar apenas pelo salário. Dinheiro é vida, e temos uma só. As pessoas têm tomado consciência sobre a importância de fazer algo que não lhes dê somente renda, mas, sim, que também garanta qualidade de vida.

É bom demais fazer algo que se gosta, impactar na vida das pessoas e ter compreensão da sua missão – enquanto profissional e ser humano – na construção de um mundo um pouco mais harmonioso.

Pais e mães se dão conta de que não basta apenas custear a escola, o inglês, o ballet, o futebol e a babá. É preciso estar ao lado dos filhos: ser presente! E não precisa ter filhos e família constituída para sentir a necessidade de integrar vida pessoal e carreira. Basta dedicar mais de 10 horas do seu dia ao trabalho, para sentir que é preciso mais: existe vida além do muro do escritório. Além disso, é preciso curtir os dias de sol lá fora e não só pela vidraça da janela.

Todos querem propósito

Claro! Não vamos esquecer que o contrário também é verdade. É preciso saber curtir as oito ou seis horas diárias que você vive ali ao lado dos colegas, envolvido com compromissos profissionais. Segundo Linda, um estudo revelou que entre as top 10 empresas que gostriam de trabalhar, os profissionais da Geração Y elencaram Google, Amazon, Disney, mas, em primeiro lugar, o Saint Judes Children’s Hospital. Já entre as 25 empresas top, mais da metade eram agências do governo e ONGs. Incluindo muitas empresas de saúde e educação.

Ou seja, o resultado mostra que “as pessoas querem propósito. Elas desejam não apenas equidade financeira, mas também equidade psíquica”, observa Linda. Certamente, dá para sentir que tudo flui melhor quando a nossa profissão e a nossa empresa têm significado. O nosso trabalho tem propósito e, além disso, temos tempo para viver bem.

 

5. Fazer gestão (de sucesso) em meio ao caos

É bem mais fácil conduzir a gestão dos processos, das pessoas e da empresa quando mantemos um ritmo constante de crescimento. Com relativa tranquilidade, fôlego para continuar e apostas – sejam decisões, sejam investimentos – bem-sucedidas. Mas, nem sempre temos tudo isso e o cenário pode não ser tão favorável. É aí, diante de uma bifurcação ou no meio do caos, que os melhores gestores se revelam. Nesta hora, é preciso sabedoria para se manter firme no propósito. E discernimento para continuar fazendo acontecer, mesmo em um cenário confuso.

A história de Walt Disney é um case de sucesso em meio ao caos. Depois de uma trajetória de tentativas e erros – Disney era um escritor de comédia fracassado, e já havia passado por vários empregos – ele criou o coelho Oswald, ou Ozzy, o Coelho Sortudo: um verdadeiro sucesso comercial. Porém, sem querer, Disney assinou um contrato que vendia todo o direito de uso da personagem para o seu investidor. Mais uma vez, ele ficou sem nada.

Furioso, Walt fez o que fazia de melhor, tirou o seu caderno e pensou: “O que vou fazer? Todos os animais bonitinhos já estão registrados. Cachorros, gatos, meu coelho, e a única coisa que sobrou é um rato.” E aí ele desenhou o shorts de veludo, os famosos botões, e criou Mickey Mouse, o camundongo mais famoso do mundo. Depois de viver tudo isso, Walt diz algo que todos deveríamos lembrar: “Eu prefiro quando as coisas estão um pouco turbulentas, do que quando estão cremosas como chantilly.”

Enfim, gostou das nossas lições para ser um bom gestor? A maior parte delas são do cara que criou um império capaz de encantar as pessoas de todas as idades falando. Fica a dica 😉