O que é a economia criativa e o que a impulsiona
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O que é a economia criativa?
A economia criativa conta com a participação de setores que envolvem tecnologia de ponta, como pesquisa em ciências da vida e engenharia, e patrimônio cultural, incluindo a movimentação do turismo e a gestão dos museus.
Além disso, é baseada em um conjunto de pilares, formado por artes e antiguidades; arquitetura; artesanato; design; design de moda; publicidade; cinema e vídeo; software educacional e de lazer; música; artes performativas; difusão por rádio, internet e televisão; edição (escrita e publicação); e videojogos.
E o time que cria a todo vapor, gerando riqueza, é grande. São artistas, jornalistas, escritores, webdesigners, produtores, publicitários, estilistas, músicos, atores, diretores, programadores, editores que, ao lado de muitos outros profissionais, transformam criatividade em resultado.
Matéria-prima que gera valor
Neste modelo, o conhecimento, a cultura, a criatividade e os valores de marca são as matérias-primas para a criação de bens tangíveis e intangíveis, intelectuais e artísticos, com conteúdo criativo e valor econômico. A economista Ana Carla Fonseca Reis, especialista em Economia Criativa, pondera: “se a tecnologia sempre foi muito importante, hoje está cada vez mais semelhante, resultando em vídeos, produtos e serviços muito iguais. O que diferencia, de fato, uma economia é a criatividade do seu povo”.
Com a fragmentação das cadeias de produção, o mundo passou a nos exigir criatividade embutida em cada fase da cadeia. Agora, para serem competitivas, as marcas devem oferecer diferencial criativo e valor agregado.
Assim, a indústria que trabalha com o intangível vai além: gera riqueza não só com os seus produtos, mas, também, por meio do impacto que produz nos demais negócios.
Na prática
No mercado da moda, por exemplo, os estilistas desafiam os proprietários de malharia a produzirem tecidos cada vez mais tecnológicos. As malharias, por sua vez, precisam de algodão com qualidade superior. Logo, o produtor rural investe em seu cultivo para oferecer uma matéria-prima diferenciada. Ou seja, a economia criativa estimula o desenvolvimento de outros setores da cadeia.
Da mesma forma, os profissionais criativos da comunicação também contribuem. Ao propor um outdoor em 3D, o publicitário estimula as gráficas a oferecerem este tipo de impressão. Tal oferta requer tecnologia, motivando os fabricantes de impressora e os programadores a desenvolverem soluções para tornar o equipamento ainda mais funcional e acessível. Afinal, são os profissionais criativos de várias áreas que fomentam esse ciclo, consolidando a economia criativa como uma das grandes estratégias de desenvolvimento social do século XXI.
Recursos: do linear ao infinito
Neste modelo, usamos recursos muito abundantes – criatividade e cultura. Ambos, além de inesgotáveis, se multiplicam quando compartilhados. Lala Deheinzelin, Especialista em Economia Criativa para Desenvolvimento, ressalta o caráter sustentável do modelo. “ Usamos um recurso absolutamente abundante nos países do Hemisfério Sul e quase mágico. Quanto mais se usa, mais se tem e mais se desenvolve, principalmente se compartilhado.
Ou seja, o mais genial é que essa atividade econômica não se desenrola em uma única dimensão, ela tem contato com as outras dimensões da nossa vida: social, cultural e ambiental”. Essa matriz 4D representa as quatro dimensões da sustentabilidade: financeira e ambiental, tangíveis, e cultura e sociedade, intangíveis. Ao fomentarmos esta estratégia, construímos uma cultura sustentável na qual todos saem ganhando: empresas privadas, públicas e sociedade civil.
“Na economia criativa, passamos a pensar no impacto social da atividade, de modo que eu ganhe alguma coisa e o outro ganhe junto”, destaca Lala.
Neste ciclo, os recursos tangíveis são lineares, finitos e mensuráveis, enquanto os intangíveis – conhecimento, novas tecnologias, noção de riqueza multidimensional – se desenvolvem de forma exponencial e veloz. “Hoje, o desafio é ativar esse ciclo virtuoso que começa e acaba com o reconhecimento dos recursos que existem”, comenta Lala.
Um grande time
A boa notícia é que o mercado da economia criativa cresce e se fortalece. No Brasil, segundo estudo da Federação das Indústrias
do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), somos mais de 810 mil profissionais, o que representa 1,7% do total de trabalhadores brasileiros.
O segmento que mais emprega mão de obra é o de Arquitetura e Engenharia. Com 230 mil trabalhadores, seguidos de Publicidade e Design, que emprega 100 mil profissionais cada.
A cadeia da moda também aparece em destaque no estudo, já que responde por quase 30% da economia criativa com 620 mil estabelecimentos. Em 2011, no Brasil, a contribuição dos segmentos criativos foi de 2,7% do PIB, resultado que coloca o país entre os maiores produtores de criatividade do mundo, superando Espanha, Itália e Holanda.
A meta é alcançar o patamar de países como Reino Unido, França e Estados Unidos, onde a economia criativa é bastante expressiva.
Além disso, com elementos intangíveis, como inovação, conexão e cultura, somos capazes de produzir riqueza e compartilhá-la, reinventando a forma de gestão dos negócios e gerando abundância com sustentabilidade em uma dimensão 4D.
Esse é o propósito da economia criativa! Então, bora trabalhar com o intangível e fazer acontecer?
Quer saber mais? É só dar play 😉
Jornalista por formação e Especialista em Administração da Comunicação pela Sustentare Escola de Negócios. Apaixonada por pessoas e curiosa, tem a certeza que nasceu para comunicar. Há dez anos, trabalha na área, tendo ampla experiência em comunicação corporativa, inbound marketing e gestão de redes sociais.
- Por Ariadna Straliotto em 28/01/2016
- Categoria: Setor Criativo