Como aperfeiçoar a Inteligência Emocional da equipe em tempos de pandemia – Covid-19
Jeniffer Junge, nossa coordenadora do GIP (Gestão de ideias e pessoas) da Operand elaborou um conteúdo sobre inteligência emocional de grande valia para este momento de crise. Nesse conteúdo, você vai entender o que é a inteligência emocional e como zelar por ela diante da pandemia COVID-19.
Vamos conferir?
Inteligência Emocional em tempos de pandemia – Covid-19
De uma hora para outra, empresas precisaram rever seus processos, buscando solucionar as demandas práticas e, ao mesmo tempo garantir a segurança da saúde de seus colaboradores, além de tentar entender previamente qual o impacto disso tudo num futuro mais incerto do que nunca.
Medidas emergenciais estão sendo tomadas: a implementação do trabalho remoto e escalas de trabalho em horários diferentes para diminuir a circulação ou aglomero de pessoas, como uma recomendação preventiva. Algumas empresas que não conseguiram adotar essas medidas partiram para as férias coletivas para garantir a segurança de todos.
Por outro lado, há aqueles que não podem atender a orientação do “fica em casa” por atuarem em atividades essenciais como hospitais, segurança pública, etc. E como já é de conhecimento, o impacto da recessão econômica será mais um ponto a ser enfrentado por todos nós!
Não temos as respostas e acredito que ninguém neste momento terá, porém, refletir sobre alguns aspectos poderá nos auxiliar durante esta jornada e quem sabe nos fortalecer para encarar tudo o que virá.
Diante deste cenário como cuidar da saúde emocional?
A Saúde Emocional está relacionada à capacidade de reconhecer e gerir as próprias emoções, saber motivar-se e identificar as emoções nos outros para melhor administrar os relacionamentos pessoais. Goleman (2011), considerado o pai da IE (Inteligência emocional), reforça que para obter IE é necessário desenvolver 5 habilidades: Autoconsciência, Autocontrole, Automotivação, Empatia e saber lidar com Relacionamentos Interpessoais (GOLEMAN, 2011, p. 73-74).
Desde criança aprendemos a cuidar do nosso corpo físico. Exemplos disso são as orientações que recebemos sobre os cuidados com a higiene pessoal e alimentação, incluindo também a questão de lidar com pequenos ferimentos quando nos machucamos. Porém, na maioria das vezes, não nos ensinam a cuidar das nossas emoções na mesma proporção.
“O cérebro e o sistema imunológico não são ligados por nervos, mas sim por hormônios, os mensageiros químicos que viajam pelo sangue e transmitem um estado emocional de uma parte do corpo à outra” (SELIGMAN, 2019, p. 223). Quando nos sentimos bem emitimos mensagens positivas ao nosso organismo que por consequência produz reações químicas benéficas fortalecendo o nosso sistema imunológico.
Quando nossa saúde física está ameaçada é natural sentir-se inseguro, principalmente quando o mundo todo está sob a mesma ameaça. Para qualquer lado que olhamos o assunto é mesmo: covid-19, seus efeitos, taxa de mortalidade e a contagem diária de infectados em todo o mundo.
Nossa intenção não é negligenciar o fato em si, o que queremos é refletir o quão prejudicial pode ser para a nossa saúde emocional a exposição à informações trágicas e que não tem nenhuma serventia para o atual momento, a não ser causar mais desespero.
É necessário também tomar medidas preventivas para proteger a nossa Saúde Emocional.
Veja as dicas que elaboramos para auxiliar neste processo:
- Cuidar para não se inundar de notícias catastróficas sobre Covid-19: buscar informações sobre a atual situação é importante, porém, cuidar com a frequência e com a qualidade dos canais que está usando para se informar é essencial.
- Ser mais otimista neste momento: pesquisas demonstram que a positividade eleva nossa vibração e mantém nossa imunidade emocional em alta, diminuindo assim riscos a nossa saúde física. Portanto, ter uma visão mais otimista se torna mais benéfico para a saúde. Sempre há um lado positivo em qualquer situação. O que estamos aprendendo com tudo o que está acontecendo? Aprender já é uma visão otimista.
- Aproveitar o isolamento social para desenvolver novas habilidades: inclusive o de não fazer nada, o ócio é muito importante para a saúde emocional, assim como se ocupar com algo que lhe dê prazer em realizar. Aquele livro que você queria ler, mas não tinha tempo, aquela atividade lúdica que queria realizar, projetos que estavam na gaveta talvez seja a hora de olhar para isto. De outro lado, quem está trabalhando de casa talvez não tenha diminuído o ritmo e agora possa ser importante aproveitar para não fazer nada após o expediente e aprender a relaxar. Que tal?
- Prestar mais atenção às suas emoções e tentar decifrá-las: uma técnica é registrar o que está sentindo e perceber qual a sua relação com o momento. O que estava fazendo, quais os motivos que o levaram a sentir tal emoção. Este exercício poderá proporcionar um autoconhecimento, sugerido por Goleman (2011) e depois ser objeto de estudo para treinar novas atitudes perante estas emoções já conhecidas.
- Respirar e meditar: tudo passa e com toda certeza isto tudo que estamos vivendo também vai passar. Respirar e manter a mente tranquila é fundamental para manter o equilíbrio de nossas emoções. Faça uma pausa e busque exercícios de respiração e meditação. Há vários canais disponíveis na internet sobre estas técnicas.
- Alimentar-se e hidratar-se: manter o hábito de alimentação saudável e de hidratação do corpo é essencial para nossa saúde em qualquer momento de nossas vidas. Nossa rotina mudou, mas manter ou mesmo desenvolver o hábito de nutrir nosso corpo será vital neste período.
- Atividades físicas: muitos tiveram suas rotinas de práticas de exercícios suspensas, mas é importante tentar retomar essas atividades. Talvez não seja possível fazer o que antes estava acostumado, porém, houve uma grande movimentação nas redes sociais por parte de algumas academias e profissionais de educação física criando canais para divulgar exercícios que podemos realizar em casa. Técnicas de alongamento, exercícios utilizando somente o peso do corpo, danças entre outras opções para deixá-lo em movimento.
- Ansiedade e depressão: são os grandes vilões do século, entre outras doenças emocionais. Neste momento de isolamento social não significa que devemos nos isolar virtualmente também. Ter contato diário com outras pessoas minimiza os riscos de nos sentirmos sozinhos ou ansiosos. Se tiver alguma dificuldade a busca por ajuda profissional é muito importante. Existem alguns profissionais de psicologia que já atuam na modalidade de atendimento clínico de maneira virtual, além de muitos outros que buscaram se adequar a esta modalidade neste período de afastamento. O leque de opções se ampliou muito nestes últimos dias. Acredite, você não está sozinho, esteja aberto para buscar ajuda.
Sabemos a importância de nos informar sobre o que está acontecendo e tomar as medidas necessárias para nos proteger, mas é importante também perceber a quantidade e a qualidade de informações que estamos ingerindo diariamente. Elas são mais benéficas ou só nos causam mal-estar?
Em tempos de pandemia, talvez o pior vírus é o de cultivar emoções negativas. Ocupar-se de atividades e informações mais positivas pode nos auxiliar a ter o foco mais voltado para soluções e desta maneira blindar o nosso sistema imunológico. Pense nisso!
Referências
SELIGMAN, Martin E. P. Aprenda a ser otimista: como mudar sua mente e sua vida. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2019.
GOLEMAN, Daniel.Tradução Marcos Santarrita. Editora Objetiva. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro. 2011. ISBN 978-85-390-0191-0
Atuo desde 2015 na área de Gestão de Pessoas. Sou formada em Comunicação social e pós-graduada em Gestão de Negócios, atuei como publicitária durante 10 anos, mas resolvi mudar a rota da profissão depois de enfrentar um dilema profissional, o que me fez buscar por uma segunda graduação. Atualmente, formada em Psicologia e estudante voraz das relações humanas no trabalho e da psicologia positiva, busco incessantemente compreender e implementar estratégias que facilitem a qualidade de vida no ambiente organizacional, por entender que desta maneira poderei contribuir para a prevenção do adoecimento emocional no trabalho, e por consequência colaborar com uma sociedade emocionalmente mais feliz e produtiva.
- Por Jeniffer Junge em 01/04/2020
- Categoria: Gestão