O futuro da publicidade já começou! Será que as agências estão preparadas?

A transformação digital avança a passos largos. Cada vez mais, tecnologias disruptivas, como Big Data, Inteligência Artificial e Realidade Aumentada são incorporadas nas estratégias de empresas dos mais variados setores. A publicidade não poderia ficar de fora. 

As novas soluções tecnológicas estão revolucionando a maneira como as marcas apresentam os produtos e se relacionam com o público. O futuro da publicidade já começou!

De acordo com dados do relatório de 2019 da IAB, um terço das verbas investidas em publicidade no Brasil vai para o meio digital, que movimentou R$ 16,12 bilhões em 2018. Essa é uma tendência crescente, que ganhou ainda mais força com a pandemia da COVID-19.

Isso porque com o isolamento social a dinâmica da vida e do consumo passou a ser ainda mais mediada pelo digital. Basta ver que no mês de abril o comércio brasileiro pela internet ganhou 4 milhões de novos clientes. De acordo com dados do Compre & Confie, o faturamento de compras online no Brasil subiu para R$ 20,4 bilhões no primeiro trimestre, representando 27% alta em relação ao ano anterior. A tendência se confirma na América Latina também. 

O fato é que as mudanças no comportamento do consumidor e o amplo uso da tecnologia estão orientando o movimento de transformação digital da publicidade. As agências não podem se manter alheias a essas mudanças. É preciso acompanhar os novos rumos do mercado, considerando as possibilidades que a tecnologia apresenta.

Sabendo deste desafio, neste post, buscamos compreender com os gestores de algumas agências como elas estão acompanhando esse movimento de digitalização da publicidade. 

Além disso, apresentamos algumas das principais tendências em tecnologia para o segmento, bem como a repercussão do lançamento da plataforma Aparece na Globo.  

Quer saber mais sobre? Vem com a gente!

Futuro da publicidade: mobile, imersivo, personalizado e relevante para o consumidor

A transformação digital ganhou ainda mais velocidade nos últimos meses. Mesmo as empresas que se consideravam disruptivas precisaram repensar suas estratégias.

No cenário de isolamento social, com a convivência, a prestação de serviços e o comércio sendo mediados pela tecnologia, a mobilidade e a digitalização começaram a ser tirados do papel. Na publicidade não seria diferente. Estamos caminhando para uma cada vez mais mobile, imersiva, personalizada e relevante para o consumidor. 

A seguir, apresentamos em detalhes cada uma destas tendências.

Mobile

A publicidade está na palma das nossas mãos. Segundo o report State of Mobile 2020, elaborado pelo app Annie, o Brasil ocupa a terceira colocação no ranking dos países com o maior tempo gasto no mobile, com uma média de 3 horas e 45 minutos.

Diante deste comportamento do brasileiro, os dispositivos mobiles, como smartphones e tablets, estão se tornando os principais canais de interação e impacto das marcas com o seu público. 

De acordo com dados do estudo eMarketer ‘Latin American Ad Spending 2019’, a previsão de crescimento em publicidade digital na América Latina deve alcançar a marca de 9,17 bilhões de dólares em 2020. O estudo aponta ainda que o Brasil deve se destacar como o maior mercado latino-americano de publicidade digital. Com os anúncios mobile, o país deve registrar mais da metade (53,7%) dos gastos na região.

Sem dúvida essa é uma tendência mundial que veio para ficar. O relatório State of Mobile prevê que os investimentos de publicidade em dispositivos móveis devem passar de 240 bilhões de dólares no mundo em 2020. O incremento será de 26% em relação ao último ano, quando foram destinados 190 bilhões de dólares para publicidade mobile.

Personalizado e Relevante

Diariamente, o usuário recebe um volume imenso de informação. Com tanto conteúdo destinado a impactá-lo, o fato é que ele pode escolher fugir de alguns ignorando banners e pulando vídeos, por exemplo. 

Mas se o usuário tem essa opção, como a publicidade do futuro pode ser eficaz? A resposta é simples: personalizando! 

Cada vez mais, a estratégia precisa ser pessoal e relevante, ou seja, pensada sob medida para aquele consumidor. Neste contexto, a publicidade personalizada ganha cada vez mais espaço. Afinal, ela melhora a relevância dos conteúdos publicitários para o usuário e aumenta o retorno do investimento para os anunciantes. Basicamente, trata-se de usar dados dos usuários para segmentar o que é mais relevante para cada um. 

O futuro da publicidade será pautado pela hiper-personalização e hiper-customização para o indivíduo. Acompanhando essa tendência, a startup Adcart criou uma solução de publicidade digital que auxilia os lojistas a aumentarem a taxa de conversão de compras.

Usando Big Data e algoritmos, a startup consegue identificar quando há intenção de compra na loja virtual, mas o usuário abandona o carrinho. A partir daí, são oferecidas promoções e condições personalizadas para impactar cada perfil de consumidor. 

Além de aumentar a taxa de conversão, a personalização atende a um anseio dos consumidores. De acordo com estudo da Infosys, 31% dos consumidores entrevistados desejam que sua experiência de compra seja muito mais personalizada do que é atualmente.

E o que mais?

Eles estão dispostos a entregar dados se for para obter conteúdos e ofertas relevantes. É isso o que apontou uma pesquisa da SalesForce com mais de 7 mil consumidores. Veja os números:

  • 57% deles estão dispostos a compartilhar dados pessoais em troca de ofertas personalizadas ou descontos;
  • 52% compartilham dados pessoais em troca de recomendações de produtos; 
  • 53% fazem o mesmo para experiências de compras personalizadas.

Para que a comunicação personalizada seja, de fato, relevante é preciso explorar as novas tecnologias. Chegamos à era da publicidade cognitiva que usa a inteligência artificial e o aprendizado a máquina (machine learning) para conhecer o comportamento de cada ID de dispositivo eletrônico e, consequentemente, de cada usuário. Desse modo é possível levar a customização para outro patamar, melhorando a experiência do usuário e os resultados das campanhas. 

Com o machine learning é possível personalizar uma mensagem relevante, tomando como ponto de partida as preferências, motivações e hábitos de consumo dos usuários monitorados por uma plataforma human centered (centrada no ser humano).

Imersivo

De acordo com projeção do IDC, líder mundial em inteligência de mercado, em 2020, mais de um bilhão de pessoas terão acesso regular à realidade aumentada e à realidade virtual. Esse tipo de tecnologia tende a oportunizar experiências imersivas e únicas para o consumidor.

Com o uso da Realidade  Aumentada, por exemplo, é possível criar uma conexão emocional entre o usuário e a marca explorando a interatividade e a personalização. Isso porque a tecnologia permite a inserção de objetos virtuais no ambiente do mundo real. De tal modo, ela também tende a ser mais eficaz no engajamento do cliente, se compara com os meios tradicionais de publicidade. 

Essa é uma ótima estratégia para construir relacionamentos de longo prazo com os clientes, explorando o potencial dos recursos imersivos.

Uma das possibilidades de uso é a experimentação virtual. Usando um aplicativo, o usuário consegue simular a aplicação da cor de tinta na parede de sua casa ou de um sofá na sua sala de estar. Incrível, né? Veja o case da IKEA:

Por que é tão importante digitalizar a publicidade?

Fazer parte da transformação digital da publicidade não significa apenas incorporar novas ferramentas e soluções tecnológicas, para melhorar a experiência do usuário e impulsionar o resultado das marcas. 

Acima de tudo, trata-se de se manter competitivo em um mercado que pode ser afetado por uma série de variáveis, inclusive pela inovação de outras companhias. Quer ver só um exemplo?

Recentemente, vimos uma iniciativa da Rede Globo mexer com os ânimos das agências de publicidade. Isso porque a ferramenta Aparece na Globo, lançada no início de junho, encurta o caminho de contratação de anúncios. O cliente pode fazer a negociação on-line na plataforma, direto com a Globo, sem passar pelo setor de mídia das agências.

A proposta é facilitar o acesso aos empreendedores, mas, inevitavelmente, a plataforma impacta na demanda as agências. 

Desafio semelhante enfrentam os bancos e as fintechs. Eles precisam investir na digitalização do negócio, porque outras plataformas, como o Whatsapp, estão se lançando como provedoras de serviços e soluções financeiras. 

Em suma, inovar de maneira inteligente e embarcar no futuro da publicidade é fundamental para sobreviver. 

Como os gestores de agências veem o futuro?

Sabemos que o desafio é grande. Então, nos perguntamos: como superá-lo? Qual a melhor estratégia para a digitalização da agência? De que modo posso modernizar minha estrutura e incorporar novas ferramentas? Por onde começar?

Não temos todas essas respostas na ponta da língua. Mas essa é uma jornada que muitas agências já começaram a percorrer. Por isso, conversamos com alguns de nossos clientes, buscando entender de que maneira eles estão transformando a realidade da agência. Confira o que eles nos contaram!

300 Comunicação: foco no digital e alto potencial de adaptação

Com 10 anos de mercado, Igis Rossi conta que a agência já nasceu com um DNA mais digital: “Desde o início nos propusemos a não basear a nossa receita em percentual de mídia dos clientes. Para isso, no entanto, precisamos mergulhar no universo digital e entendermos a lógica por trás das mídias para gerar resultados surpreendentes com verbas muito inferiores às que seriam dedicadas às mídias tradicionais”. 

Mesmo com o foco voltado para o digital, a 300 Comunicação também teve a digitalização acelerada pela pandemia e pelo isolamento social. “Fomos obrigados a criar alternativas rápidas para permitir que nossos clientes, em grande parte construtoras e incorporadoras, pudessem manter o processo de venda de imóveis de forma remota, porém totalmente segura, transparente e confiável” comenta Igis. 

A agência implementou o uso de canais 100% digitais por toda a equipe de vendas, porém usufruindo do processo de comunicação que já era digital: campanha, landing pages, materiais gráficos e tour virtual. O processo de adaptação foi rápido e decisivo para a continuidade do negócio dos clientes.

“A nossa velocidade de adaptação permitiu, inclusive, que lançássemos um empreendimento durante este período, mesmo num ambiente de incerteza econômica”, comenta Igis. É isso: a inovação exige criatividade, velocidade e visão de futuro. 

Lovers: o futuro já começou!

André Balaban, Fundador da Lovers Creativity & Co, lembra que o gestor de agência precisa ter em mente que “o mundo mudou. E, agora e pós-COVID19, o mundo vai mudar de novo. A transformação digital não é uma opção, é como insistirmos em usar fax em tempos de internet.”

Para ele, o case mais emblemático é a jornada de transformação do Magazine Luiza para Magalu. “Antes uma grande rede de lojas, agora uma rede que supera as suas lojas e até sua marca e torna-se um hub de produtos e negócio que extrapolam em muito seu modelo inicial”, comenta André.

Em relação ao lançamento a plataforma Aparece na Globo, André é otimista e entende que esse tipo de iniciativa faz parte do movimento de transformação constante que vivemos. “Entendemos que a plataforma tem como alvo empresas entrantes que fizeram pouco ou nunca fizeram, investimentos em televisão. Estão focando na base da pirâmide. É claro que pode afetar algumas agências, mas colocando na balança, acreditamos que traz mais empresas para o mundo da comunicação. É isso é positivo”, finaliza André.

Teken: ferramentas disruptivas são bem-vindas 

Para Clauber Rosa, sócio fundador da Teken, as novas tecnologias disruptivas precisam ser exploradas dentro da dinâmica da agência. Tanto é verdade que a Teken já usava ferramentas de trabalho remoto, colaboração e design sprint mesmo antes da pandemia. A adoção havia sido pensada para atender clientes de outras cidades, mas foi adaptada rapidamente para tornar o trabalho 100% remoto.

“Nos deparamos com a resistência de alguns clientes, principalmente aqueles que não eram

da área de tecnologia. Mas, com um pouquinho de insistência, eles aceitaram participar das videochamadas e compartilhar os arquivos na nuvem. Agora, já se familiarizaram com os recursos. Acredito que, no novo normal, a exceção vai ser a reunião presencial”, afirma Clauber. 

Além desse movimento, ele percebe também que muitos clientes estão buscando a produção de materiais digitais por duas razões: os gestores têm espaço e tempo para pensar nessa estratégia agora e eles precisam disso, porque as coisas estão acontecendo na esfera digital.

Sobre a plataforma Aparece aqui, da rede Globo, Clauber vê plataforma como um possível aprendizado. “Quando o cliente experimenta o serviço e visualiza benefício, na sequência, ele busca o trabalho do especialista. Ele precisa do conhecimento e do domínio técnico que a agência fornece, para obter melhores resultados”, argumenta Clauber. 

Neste contexto, ele observa que “as agências precisam oferecer um combo de estratégia e criação que uma plataforma automatizada não entrega”. Vale destacar que muitas ferramentas estão empoderando o cliente. “ O próprio Canva é um exemplo de Photoshop acessível. Aqui na agência nós criamos uma estratégia de marketing digital e, depois, entregamos algumas peças no Canva, para que o cliente tenha autonomia de manipular as imagens”, conta Clauber.

Preparando-se para o futuro e tentando prever o novo normal

Além dos desafios da digitalização, as marcas e o setor publicitário precisam lidar com o imprevisível. Não sabemos como será a vida pós-pandemia. Mas, ao que tudo indica, ela não será a mesma. 

As previsões sobre o novo normal são muitas. Contudo, não existem referências nem parâmetros para definir com precisão como será a vida cotidiana e, principalmente, qual será o comportamento do consumidor neste novo contexto. 

Ainda assim, é preciso pensar no futuro a médio e longo prazo sabendo que a vida continua sendo imprevisível. 

Na construção de um novo mundo, a tecnologia vem viabilizando as mudanças que foram impostas com a pandemia, bem como as iniciativas de modernização da estrutura das empresas. 

Sem ela, em um cenário de isolamento social, nos sentiríamos muito mais solitários. 

As ferramentas disruptivas transformaram, em um curto espaço de tempo, a realidade dos diferentes tipos de negócio. As operações das empresas tiveram continuidade, mesmo com os profissionais trabalhando remotamente. O calendário escolar está sendo cumprido com estudantes assistindo às aulas na modalidade de educação a distância. O fluxo da vida está sendo viabilizado pela tecnologia!

Agora é preciso pensar em como essas ferramentas disruptivas podem atender o novo normal e, ao mesmo tempo, impulsionar a transformação digital da publicidade. O futuro já começou! Você está pronto para ele?

Por aqui buscamos compartilhar as tendências para o mercado publicitário. Continue acompanhando o blog para saber mais!