Google Analytics 4: o que você precisa saber sobre essa ferramenta!

O Universal Analytics está com os seus dias contados. Com isso, o Google Analytics 4, conhecido como GA4, passa a ser a versão oficial do sistema. A nova ferramenta surgiu com um objetivo único e claro: acompanhar o comportamento multiplataforma do usuário.

Um estudo da Forrester Consulting, encomendado pelo Google, aponta que aproximadamente 84% dos tomadores de decisão consideram a análise multiplataforma importante para entender o consumidor. Porém, apenas 43% dos entrevistados utilizam ferramentas analíticas multiplataforma.

Ou seja, boa parte dos criadores de conteúdo utilizavam mais de um mecanismo para fazer essa análise completa. Contudo, essa prática acabava dificultando uma visão ampla dos dados. Portanto, o GA4 surge para facilitar esse trabalho.

Neste artigo, trouxemos mais informação sobre o que é o Google Analytics 4, como funciona e as principais mudanças desta nova versão. Confira!

Afinal, o que é o Google Analytics 4?

O Google Analytics 4 é a mais recente atualização do Universal Analytics. Em síntese, o GA4 é uma ferramenta de análise mais eficiente que anterior, uma vez que otimizou a coleta de informações. Além disso, ela efetua o rastreamento de dados sem a necessidade de coletar cookies. 

Esta nova versão tem foco na privacidade dos dados do usuário, acompanhando as últimas tendências, como o fim dos cookies de terceiros em navegadores, que devem valer a partir de 2024.

O GA4 tem foco em tecnologias de aprendizado de máquina, que auxiliam no aprimoramento de relatórios e previsões mais completas sobre o comportamento do usuário.

Outra vantagem da ferramenta é a experiência de uma análise multiplataforma. Com isso, as empresas conseguem criar análises unificadas da jornada do usuário que visita seu site ou aplicativo, proporcionando maior assertividade na hora de mensurar os dados.

É importante ressaltar que o Analytics do Google é uma ferramenta poderosa, principalmente, para os profissionais de SEO. Isso porque ela permite acompanhar os resultados das estratégias SEO, ancoradas em um planejamento de conteúdo consistente.

Google Analytics 4: o que muda com a nova versão?

A nova versão do Analytics do Google, o GA4, surgiu em 2019, ainda como uma versão beta. No entanto, a partir do dia 1º de julho de 2023, ela passará a ser a versão oficial de análises do Google, substituindo o Universal Analytics (UA).

A principal diferença entre as duas é que o GA4 é baseado em eventos e parâmetros e proporciona uma abordagem flexível e avançada no rastreamento de dados. Além disso, o UA coletava apenas dados de websites, já o GA4 coleta tanto de websites quanto de apps.

Diferente do UA, que coletava os dados durante a exibição das páginas, o GA4 realiza essa atividade com base nos eventos. Dessa forma, é possível compreender como os usuários se comportam dentro site ou aplicativo, sem fazer a coleta de cookies de terceiros.

Vejamos, a seguir, as principais mudanças com esta nova versão:

#1 Interface

A interface do sistema possui uma visão diferente. Anteriormente, ela era estruturada em “Conta”, “Propriedade” e “Vista”, esta última aba foi substituída pelo “Fluxo de dados”. Nessa tela é possível acompanhar as métricas do site, aplicativo ou na opção “Todos” ter acesso a todas as informações de modo integrado.

Mas vale ressaltar que as métricas não são ativadas de modo automático, portanto, para ter acesso a elas é necessário criar uma conta no Firebase, um mecanismo do Google voltado para apps.

#2 Eventos pré-configurados

Conforme vimos acima, o GA4 efetua análises com base nos eventos, e o sistema traz alguns desses já pré-configurados. No entanto, é preciso ativá-las para acessar os dados.

Ao todo, a ferramenta oferece 12 eventos já pré-configurados para site e 85 para aplicativo, como: downloads de arquivos, cliques de saída, visualizações da página, pesquisa no site, entre outros. No entanto, eventos personalizados e recomendados devem ser configurados manualmente.

#3 URLs

O novo Google Analytics trouxe mudanças, também, no tagueamento de URLs, fornecendo novos parâmetros de análise.

Antes, o UA permitia a inclusão de cinco dados na URL personalizada, que são:

  • Term: palavra-chave (exclusividade Google ADS);
  • Content: conteúdo da campanha;
  • Campaign: campanha de visita;
  • Source: origem da visita;
  • Medium: mídia de visita.

Agora, o GA4 inclui três novos parâmetros nesta listagem:

  • Source Platform: meio de origem da visita (exclusivo para aplicativos);
  • Creative Format: criativo que originou a visita, por exemplo, um vídeo, imagem ou pesquisa; 
  • Marketing Tactic: referente ao critério de segmentação aplicado à campanha, contanto que tenha sido responsável pela visita ou remarketing, por exemplo.

#4 Análise preditiva 

Com os avanços nos recursos de aprendizado de máquina, hoje, o GA4 fornece previsões dos comportamentos dos seus consumidores. Para isso, ele se baseia em algoritmos e dados de eventos estruturados, que medem o progresso das conversões.

São métricas preditivas:

  • Probabilidade de compra;
  • Probabilidade de rotatividade;
  • Receita prevista.

A partir da análise destes insights e de outros dados projetados, o gestor pode obter uma imagem mais clara do desempenho da vitrine do seu site. Assim, é possível ganhar mais agilidade no orçamento de marketing e lançar as campanhas certas.

#5 Métricas exclusivas

Além das já presentes no Universal Analytics, o GA4 oferece mais quatro novas métricas exclusivas aos usuários. Assim, ele permite uma análise aprimorada da taxa de rejeição, antes medida com base somente na interação com o site – contada a partir da mudança de uma página para outra. Ou seja, a permanência na mesma aba contabilizava como taxa de rejeição.

A nova versão traz KPIs de marketing, como:

  • Sessões engajadas: relacionadas a acessos que geram eventos no site. Elas contadas após 10 segundos de permanência no site ou app em primeiro plano;
  • Tempo médio de engajamento: é o tempo que o usuário permaneceu com o site ou app aberto em primeiro plano;
  • Sessões por usuário: média de sessões por usuário;
  • Taxa de engajamento: refere-se à porcentagem das interações que  integram as sessões engajadas. Por meio desta métrica é possível perceber o quanto seus canais incentivam as interações dos usuários.

#5 Privacidade de dados

A antiga versão já fornecia proteção aos dados do usuário, agora, o GA4 possui ainda mais controles de privacidade. Além disso, por meio do aprendizado de máquina ele não depende exclusivamente dos cookies, e também não precisa arquivar os endereços de IP, como o Universal Analytics fazia.

Outro foco de atenção é a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Por isso, a plataforma inclui recursos relacionados ao tópico, a fim de auxiliar as empresas nesta adaptação, como: controles de privacidade e medição sem cookie.

Agora, por exemplo, o Google Analytics 4 utiliza o endereço de IP do visitante apenas no momento da coleta, para determinar as informações de localização (país, cidade, etc). Feito isso, essas informações são deletadas, antes mesmo de serem registradas em qualquer servidor.

#6 Funis personalizados

Antes, os funis personalizados só podiam ser acessados pelos usuários do Google Analytics 360 Suite, plataforma premium. Agora, com o Google Analytics 4, este recurso fica disponível para todos.

Com a funcionalidade é possível ter acesso a poderosos insights sobre como trabalhar o funil de compra e qual é o ponto mais fraco. Por meio desses dados você pode aprimorar a experiência do cliente em um estágio específico, e até mesmo criar listas de campanhas de remarketing personalizadas. 

#7 Integração com Google ADS

A nova versão do Analytics é mais centrada no usuário, fornecendo recursos que permitem acompanhar todo o seu ciclo de vida com auxílio da análise múltipla de plataformas. 

Contudo, o monitoramento de toda a jornada do cliente só é possível porque  a integração passa pelo Google ADS. Assim, com os dados captados, o GA4 tem acesso a uma análise profunda sobre o desempenho de campanhas pagas, fornecendo insights de tráfego e conversões. 

Isso facilita a avaliação de resultados, a compreensão da jornada do cliente e auxilia na otimização de campanhas com foco em novas conversões.

Por que migrar para o Google Analytics 4?

Como mencionamos antes, o Universal Analytics está sendo desativado. Após 1º de julho de 2023, as empresas terão o prazo de seis meses para efetuar a migração dos dados da plataforma, pois os mesmos serão excluídos de modo definitivo da plataforma.  Vale destacar que com a integração da nova versão os dados deixarão de ser coletados e processados pelo UA.

No entanto, além disso, a nova versão do Analytics do Google traz uma série de novos recursos avançados que não estavam disponíveis na versão anterior. O GA4 foi projetado para oferecer uma análise mais eficiente de dados. Com isso, as empresas podem obter insights profundos sobre seus visitantes/consumidores.

Google Analytics 4: passo a passo para migrar!

Até aqui é possível entender o que é e como opera a nova versão do Analytics e a importância da migração de um sistema para outro. A seguir, listamos um simples passo a passo para ajudar. Confira!

Passo 1: Crie sua propriedade do GA4

Primeiro de tudo, é importante criar uma propriedade no GA4 e lançá-la imediatamente. Para isso:

  1. Faça login em sua conta Google Analytics;
  2. Vá até a seção “Administração”, clique na propriedade a ser atualizada para o GA4;
  3. Clique no botão “Criar propriedade G4” e siga as instruções apresentadas na tela.
  4. Por fim, ao concluir a configuração da nova propriedade G4, um novo ID do GA4 aparecerá na seção “Administração”.

Passo 2: Liste seus principais itens

Dentro do novo sistema, você deverá listar os principais itens de rastreamento específicos, como:

  • Eventos;
  • Conversões;
  • Métricas personalizadas;
  • Público-alvo;
  • Agrupamentos de conteúdo;
  • Conexões do link do produto;
  • Entre outros.

Após criar esta listagem, confira o que é preciso manter ou descartar, verifique, também, se há alguma lacuna onde novos itens de rastreamento possam ser criados.

Passo 3: Migre os itens individualmente

Após organizar sua lista de itens para recriar sua base no GA4, é hora de começar a configuração.

Listamos os principais itens, com dicas de como ajustá-los:

  • Eventos: nesta nova versão, ele opera de forma semelhante ao UA, mas será necessário configurar a marcação novamente. Alguns itens, como a profundidade de rolagem, são adicionados de modo automático no GA4, assim, não é preciso configurá-los manualmente.
  • Conversões: antes conhecidas como “metas”, agora todas são baseadas em “Eventos”. Assim, ao migrar para o GA4 é recomendado iniciar por aquelas que já são baseadas em eventos, pois terão uma configuração semelhante ao original em UA. As metas baseadas em destino podem ser adicionadas por meio de interface ou código. Já para as de engajamento, é preciso criar um público-alvo do GA4, e na sequência recriá-las utilizando essa informação.
  • Agrupamentos de conteúdos: no Google Analytics 4 são criados por meio da marcação de página. 

Passo 4: Arquive os dados do UA

A partir de 1º de janeiro de 2024, os dados do histórico da UA serão excluídos permanentemente – o acesso será totalmente encerrado a partir desta data. Portanto, é importante planejar o arquivamento desses dados, caso precise referenciá-los futuramente.

Os relatórios podem ser baixados por período diretamente na plataforma Universal Analytics.

Muito bem! Cumpriu todas as etapas até aqui? Então o GA4 está pronto para ser usado. Agora que você já conhece todos os passos para seguir usando o Google Analytics com propriedade, que tal aprender algumas dicas para apresentar resultados aos seus clientes? Clique aqui e confira: Como apresentar resultados para clientes: 5 regras de ouro.