O que a sua agência precisa saber sobre inteligência artificial e ChatGPT
Quando os produtores de “Os Jetsons” criaram o desenho em 1962, eles faziam projeções futurísticas para 100 anos à frente na linha do tempo. A robô Rosie, que fazia parte da rotina da família, ainda não é realidade. Mas, pelo andar da inteligência artificial, tudo indica que a personagem pode, sim, se tornar uma assistente virtual acessível em um futuro, talvez, não tão distante.
Por enquanto – enquanto Rosie não chega – temos o ChatGPT, que vem provocando burburinho por ser multitarefa. Ele pode ser usado para criar redações, enviar mensagens para pessoas em aplicativos de namoro, criar malwares e muito mais.
Mas, afinal, o que é o ChatGPT?
Perguntamos ao agitado chatbot de inteligência artificial, que iniciou conversas em escolas, salas de reuniões corporativas e mídias sociais. E o robô foi preciso na resposta.
Em sua própria descrição, o ChatGPT é:
“um modelo de linguagem de grande escala treinado pela OpenAI, baseado na arquitetura GPT (Generative Pre-trained Transformer). Ele é projetado para gerar texto em linguagem natural em resposta a perguntas ou comandos dados pelos usuários. O ChaGPT é capaz de entender uma ampla variedade de possibilidades e contextos e pode fornecer respostas e informações úteis sobre muitos assuntos diferentes.”
O chatbot é o assunto do mundo dos negócios nos últimos meses, já que pode ser usado para uma variedade de aplicações, incluindo atendimento ao cliente, assistentes pessoais, pesquisa na web e muito mais.
Além disso, a ferramenta também despertou preocupações sobre possíveis abusos. Nas salas de aula, os alunos vêm utilizando o ChatGPT para gerar redações inteiras, enquanto os hackers começaram a testá-lo para escrever códigos maliciosos.
Neste artigo, apresentamos um guia simples e valioso com tudo o que você precisa saber sobre o popular chatbot de Inteligência Artificial (IA).
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ChatGPT usa inteligência artificial e não é um chatbot qualquer
Os chatbots existem há décadas e você pode conhecê-los melhor ao interagir com qualquer agente de atendimento ao cliente por texto. O termo chatbot é, na verdade, uma releitura do muito mais divertido “ChatterBot”, cunhado por Michael Mauldin em 1994. Mas os chatbots percorreram um longo caminho desde a criação do Verbot por Maultin até o ChatGPT da OpenAI.
Na prática, nem todos os chatbots usam IA como o ChatGPT. Alguns simplesmente usam palavras-chave para criar uma resposta que pode ou não ser útil.
Por exemplo, se você disser a um chatbot sem IA que não recebeu uma encomenda registrada como entregue no sistema, ele pode sugerir para você verificar novamente. Outros chatbots, como o ChatGPT, usam uma IA bastante sofisticada. Tanto que algumas pessoas usam a ferramenta para conversar, quase como terapia (finalidade errada, claro).
O que o ChatGPT tem de tão especial?
O serviço é uma ferramenta baseada em texto que pode produzir respostas humanas às solicitações do usuário – de poesia no estilo de William Shakespeare a conselhos sobre o que fazer para uma festa de aniversário de criança.
Graças ao grande volume de dados e à tecnologia de machine learning (ML), as respostas são cada vez mais humanas. De tal modo, o que os usuários vêem são coisas que não pensavam que os computadores poderiam fazer antes.
Outra coisa que diferencia o ChatGPT é sua capacidade de registrar o contexto das mensagens anteriores dos usuários em um tópico e usá-lo para formar respostas posteriormente na conversa.
Mas e antes do ChatGPT já existia uma tecnologia parecida?
O Dall-E, um programa de conversão de texto em imagem da OpenAI, mesma desenvolvedora do ChatGPT, é um dos exemplos. Ele atraiu a atenção pela capacidade de criar imagens realistas, muitas vezes absurdas, que correspondem às descrições de texto das pessoas.
Além dele, o Lensa, um aplicativo baseado no projeto de IA de código aberto Stable Diffusion, é usado para transformar selfies em autorretratos ilustres inspirados em tudo, desde ficção científica a anime e que viralizaram nas redes sociais no final de 2022.
Por que o ChatGPT é tão popular?
Nenhum aplicativo generativo de IA conseguiu alcançar a influência e potencial de viralidade que o ChatGPT tem.
O robô foi, inclusive, assunto de inúmeros memes e da conversa da comunidade empresarial no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, no início do ano.
De acordo com uma análise do banco suíço UBS, o ChatGPT é o aplicativo de crescimento mais rápido de todos os tempos. Conforme a análise, o ChatGPT tinha 100 milhões de usuários ativos em janeiro, apenas dois meses após seu lançamento. Para comparação, levou nove meses para o TikTok chegar a 100 milhões de usuários e o Instagram dois anos e meio.
Uma razão para a popularidade do ChatGPT é sua acessibilidade. O serviço é público para qualquer pessoa por meio do site da OpenAI, e suas possíveis aplicações são muitas: desde trabalhos escolares a resumos jurídicos.
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03 DE DEZEMBRO
O ChatGPT tem suas limitações
As respostas do chatbot podem conter grandes imprecisões factuais. O robô pode, por exemplo, inventar nomes históricos fictícios e livros que não existem, ou deixar de resolver certos problemas matemáticos.
Os aspectos abertos desses modelos são como “uma faca de dois gumes”.
Por um lado, há um alto nível de flexibilidade e fluidez nas interações, de modo que é possível ter uma conversa envolvente sobre quase qualquer assunto. Por outro lado, o usuário não sabe quando o modelo está fazendo contato com a realidade e não “alucinando” com excesso de confiança.
Além disso, o conhecimento do ChatGPT ainda está limitado aos dados de 2021, mas pode melhorar com o tempo. No futuro, a expectativa é que o ChatGPT seja o precursor de sistemas de IA muito mais avançados.
Por enquanto, os especialistas dizem que a IA generativa ainda não é capaz de alcançar uma inteligência “geral” semelhante à humana.
A inteligência geral artificial, ou AGI, é considerada o santo graal da comunidade de IA. Basicamente, trata-se da capacidade de um agente inteligente de entender ou aprender qualquer tarefa intelectual que um ser humano possa.
Muitas empresas esperam conseguir isso, da OpenAI ao DeepMind do Google.
Quais são os planos das bigtechs para IA?
Embora o GPT-3, nome técnico do ChatGPT, tenha se destacado com suas habilidades de linguagem, não é a única inteligência artificial capaz de fazer isso.
O LaMDA do Google ganhou as manchetes quando um engenheiro do Google foi demitido por chamá-lo de tão realista que acreditava ser senciente.
A inteligência artificial senciente é aquela capaz de demonstrar três coisas: agir por conta própria, perspectiva e motivação.
Além disso, existem muitos outros exemplos de chatbots de IA criado por bigtechs e universidades, da Microsoft à Amazon e à Universidade de Stanford. Porém, todos receberam muito menos atenção do que o OpenAI ou o Google.
No mercado, a corrida pelo destaque com aplicativos é tão acirrada que a gigante de tecnologia chinesa Baidu fez sua própria versão do robô ChatGPT, chamada Ernie Bot.
A maioria desses modelos não está disponível ao público, mas o OpenAI começou a abrir o acesso ao GPT-3 durante seu processo de teste. Já o Google criou o Bard, concorrente direto do ChatGPT, que está com acesso liberado para usuários da Inglaterra e do Reino Unido, em sua versão preliminar.
Além disso, a bigtech chamou atenção ao lançar recursos de inteligência artificial para usuários do Google Workspace, com funcionalidades no Docs, Gmail, Sheets e Slides.
Além de simplificar a vida do usuário com o IA, o Google também lançou as ferramentas para que desenvolvedores e empresas possam usá-las em seus projetos.
Mas, afinal, o ChatGPT é um vilão ou aliado?
O chatbot tem potencial de facilitar a vida das pessoas e ajudar nas tarefas repetitivas do dia a dia, como escrever e-mails ou navegar na web em busca de respostas. No entanto, detalhes técnicos devem ser observados, antes do amplo uso, a fim de evitar resultados negativos, como a disseminação de informações erradas. Em geral, os modelos de IA e ML dependem de muito treinamento e ajuste fino para atingir um nível de desempenho ideal.
A inteligência artificial está em uso há anos, mas atualmente está passando por um estágio de maior interesse, impulsionado por desenvolvimentos como Google, Meta, Microsoft e quase todos os grandes nomes da tecnologia.
No entanto, o ChatGPT atraiu mais atenção recentemente por várias razões, como vimos até aqui. Agora, a OpenAI criou um gerador de imagens de IA, um chatbot altamente inteligente, e está desenvolvendo o Point-E, uma maneira de criar modelos 3D com prompts em palavras.
Ao criar, treinar e usar esses modelos, a OpenAI e seus maiores investidores investiram bilhões nesses projetos. A longo prazo, a OpenAI pode se colocar na vanguarda das ferramentas criativas de IA.
Como a IA pode impactar a dinâmica das agências de publicidade e propaganda?
Criatividade e inovação são elementos que estão no DNA dos profissionais de agências de publicidade e propaganda. Por ora, o ChatGPT não consegue criar um conteúdo original, já que ele escreve a partir do que entende sobre algo que já foi feito antes.
Além disso, é preciso considerar que as pessoas e as marcas – nas redes sociais, no marketing de conteúdos e em outras ações – esperam por conteúdos genuínos, que consigam gerar conexão emocional, inclusive.
Como vimos em períodos anteriores de avanço das novas tecnologias, como a revolução industrial, o diferencial é aprender a trabalhar com o suporte das soluções inovadoras.
Neste momento, o ChatGPT é um assistente virtual que pode ajudar você a buscar ideias de pautas, palavras-chave em destaque e elucidar conceitos complexos.
Sendo assim, o ideal é aprender a explorar os recursos do ChatGPT e de outras tecnologias, enquanto você desenvolve soft skills exclusivamente humanas, como criatividade, pensamento estratégico, empatia e inteligência emocional.
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Jornalista por formação e Especialista em Administração da Comunicação pela Sustentare Escola de Negócios. Apaixonada por pessoas e curiosa, tem a certeza que nasceu para comunicar. Há dez anos, trabalha na área, tendo ampla experiência em comunicação corporativa, inbound marketing e gestão de redes sociais.
- Por Ariadna Straliotto em 28/03/2023
- Categoria: Gestão