Agências no futuro: o que esperar nos próximos 10 anos?
À medida que o comportamento do consumidor muda e novas tecnologias surgem, o ramo criativo precisa se reinventar. Isso porque a era digital transformou o modo como os usuários interagem com a marca e a forma como consomem publicidade. Diante deste cenário, as agências no futuro precisam estar preparadas para essas mudanças, a fim de continuar cativando o público.
Nesta nova era, a agências criativas possui um importante papel, acompanhando as novas tendências e auxiliando as marcas a se destacarem, mantendo sua relevância em um mercado extremamente competitivo.
Mas, afinal, quais são essas mudanças e o que esperar para o futuro?
Neste artigo, falamos mais sobre o tema e separamos uma lista com 5 tendências para as agências no futuro. Confira!
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Como é o atual cenário?
Em um mundo VUCA (sigla que une os termos volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), pautado pela tecnologia, o ramo criativo está se reinventando. Se antes o foco era emplacar anúncios em peças impressas, como jornais, revistas e outdoors, ou na televisão e rádios, hoje, a atenção está voltada para a internet e redes sociais.
Essa mudança se deve ao rápido avanço tecnológico e a ascensão do uso das mídias sociais. Isso porque com a comunicação digital, a interação com o público e receptor migrou para outras plataformas, e para alcançá-lo foi preciso se adaptar.
Segundo o estudo Cenp-Meios, no primeiro trimestre de 2023, a publicidade online aumentou para 36,9%, ou seja, ela continua em ascensão, à medida que as empresas compreendem o poder do marketing digital para cativar o público. Contudo, isso não significa que as mídias tradicionais perderam seu espaço. A TV aberta, por exemplo, teve uma participação de 43% no mercado publicitário.
Portanto, hoje, as agências criativas estão implementando serviços complementares aos já tradicionais, como gestão de mídias sociais, produção de conteúdo voltado ao meio digital, live marketing, entre outros. Tudo isso, mantendo as atividades tradicionais, como assessoria de imprensa, por exemplo.
Outro ponto importante são as estratégias, hoje elas podem ser mensuradas, graças ao advento da internet. Dessa forma, é possível compreender o nível de engajamento, mensurar resultados e verificar o que pode ser melhorado para ter alcançar um público maior e mais qualificado. Além disso, é possível também ter dados mais precisos sobre o público-alvo, coletando informações como: idade, gênero, escolaridade, entre outros.
No entanto, essas transformações não mudaram uma coisa: para cativar a audiência, é preciso mais do que nunca criar campanhas envolventes, informando e conectando o consumidor com a marca.
O que mudou nesses últimos anos?
O futuro da publicidade já começou! Ao longo dos últimos dez anos, o setor criativo passou por diferentes transformações, provocadas pela mudança no comportamento do consumidor e pelo crescimento de novas tecnologias.
E muitas transformações ainda estão por vir, mas antes de falarmos sobre como podem ser as agências no futuro, vamos explicar um pouco sobre o que mudou nos últimos dez anos.
Dentre as principais mudanças, podemos destacar as seguintes:
- Crescimento do digital: com o advento das mídias sociais e aumento no uso de smartphones, o modo como os usuários consomem e se envolvem com conteúdo criativo mudou. Isso trouxe às agências criativas novos meios de se conectar e interagir com o público.
- Democratização de recursos: agora, qualquer pessoa pode produzir e/ou compartilhar peças criativas devido à maior acessibilidade e disponibilidade de ferramentas, como softwares de design gráfico, apps de edição, entre outros.
- Crescimento do conteúdo gerado por utilizadores: hoje, as redes sociais possibilitam aos usuários produzir e distribuir conteúdos próprios, de modo frequente e em tempo real. Com isso, a narrativa e o marketing tomaram uma nova forma, e o modo como os líderes de agências conduzem a estratégia de gestão vem sendo reinventado.
Agências no futuro: o que esperar?
Com a crescente ascensão do uso de tecnologias disruptivas, como Inteligência Artificial (IA), Big Data, Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV), o modo de consumo também mudou. Sendo assim, as agências criativas não podem ficar de fora dessa transformação.
Portanto, para se adaptar às novas mudanças é preciso otimizar os processos internos, compreendendo o que está por vir para “ajeitar a casa”.
Mas, afinal, o que esperar das agências no futuro?
A seguir, destacamos 3 possíveis mudanças que trazem novas possibilidades ao setor criativo.
#1 Biodados e precisão criativa
Estamos em uma era de dados – biométricos, reconhecimento de emoções, entre outros. Tais elementos ajudam a conhecer o público-alvo e suas conexões. Assim, é possível saber, por exemplo, o que desperta a atenção e atrai as pessoas.
Portanto, fazer análises, benchmark da concorrência e entender o comportamento do consumidor é essencial para o setor criativo. Ou seja, os dados são a nova moeda. Eles permitem medir e analisar a eficácia das campanhas em tempo real, viabilizando a criação e desenvolvimento de campanhas personalizadas voltadas para os clientes, com base em suas preferências.
Este é um elemento essencial para as agências no futuro, já que os consumidores buscam cada vez mais marcas que estejam alinhadas aos seus valores. Sendo assim, as agências terão um importante papel no desenvolvimento de campanhas de marketing orientadas ao propósito de comunicar ao público seus compromissos sociais e ambientais, por exemplo.
Na prática, isso traz o surgimento de novas funções como head de dados de precisão, estrategista de dados biométricos e nano dados, designer de realidades paralelas, entre outros.
💡 Dica: se quiser ter acesso a dados sobre o mercado de agências, especialmente sobre gestão e liderança, a Operand realiza o Censo Agências de forma gratuita há 10 anos, saiba mais no site 😉
#2 Mudança na geração Z que está vindo
A geração Z é pautada por um forte sentimento de mudança, e quer fazer parte dela. Um relatório especial do Edelman Trust Barometer 2022, conhecido como A Nova Influência Dinâmica, aponta que a geração Z possui influência sobre o que 62% dos brasileiros consomem.
Além disso, a maior parte da Gen Z está envolvida em causas sociais e políticas. Ou seja, eles se relacionam com o ativismo naturalmente e isso demonstra a relação deles com o mundo. Nas redes sociais, é possível identificar em quais áreas eles buscam se aprofundar.
Mas e o que o setor criativo tem a ver com isso? Como vimos, querendo ou não a Gen Z dita modos de consumo, e para alcançar um amplo público, primeiro é preciso envolvê-los.
Na prática, isso significa um maior envolvimento com sustentabilidade, campanhas de inclusão e diversidade, criação de programas voltados aos jovens, entre outros.
#3 Transformações com a IA
A IA é a pauta do momento, e todos estão buscando meios de utilizá-la para otimizar campanhas, textos, peças publicitárias, entre outros. Com a capacidade de compreender a linguagem humana, executar diversos comandos e tomar decisões de forma autônoma, a ferramenta poderosa exige cuidado.
A Github – empresa desenvolvedora de software – lançou recentemente o Copilot, um recurso alimentado por IA que sugere códigos e auxilia o trabalho de programadores na criação de códigos de modo rápido e menos trabalhoso. Ou seja, a ferramenta só funciona com auxílio de um “copiloto” humano, que irá direcionar o trabalho, proporcionando maior precisão e melhores resultados.
Mas, e como a IA afeta o ramo publicitário?
A IA pode aumentar a eficiência da indústria publicitária, otimizando a experiência do usuário. A aplicação é ampla: gestão de tráfego, vendas, processos internos, automatização de tarefas. Além disso, o mecanismo auxilia na análise de dados, detecta padrões em informações coletadas, e pode até mesmo ajudar na criação de peças e campanhas publicitárias.
Mas, é preciso ter cuidado. A IA é uma facilitadora do trabalho, e não deve fazer tudo sozinha. Isso pode significar a perda da originalidade dos produtos entregues.
Agências no futuro: conheça 5 tendências!
Agora que já contextualizamos sobre o cenário atual e mudanças que podem influenciar o setor criativo, separamos uma lista com 7 tendências para as agências no futuro.
Confira!
#1 Responsabilidade social e sustentabilidade
Como mencionamos anteriormente, a preocupação social e ambiental é um tema crescente entre os jovens, além disso, ele se tornou uma obrigação legal. Portanto, a pauta ESG precisa estar cada vez mais presente dentro da cultura da organização e também conectada às campanhas de marketing.
#2 RA e RV
O metaverso, criado pela Meta, é um espaço que imita a realidade dentro do ambiente virtual, e permite que os usuários trabalhem, socializem e consumam conteúdos sem sair de casa, dentro do “mundo virtual”. Com sua crescente ascensão, as Realidades Aumentada e Virtual são tecnologias-chave que transformam o modo como as marcas se conectam ao consumidor.
Isso porque as ferramentas auxiliam as empresas a criarem aplicações e experiências aos usuários dentro do Metaverso. Elas permitem a criação de ambientes interativos e produtos em 3D. Os provadores virtuais também são ótimos exemplos do uso inteligente da tecnologia na interação com o público.
#3 Experiência do cliente
O relatório CX Trends 2023 indica que 70% dos consumidores gastam mais com empresas que fornecem experiências personalizadas. Ou seja, para cativar o seu cliente é preciso ir além, oferecendo soluções sob medida para a demanda dele.
A agência pode, inclusive, contar com o apoio de plataformas omnichannel, chatbots e até mesmo IA, a fim de oferecer um atendimento rápido e que seja 24 horas por dia.
#4 Mobile marketing
O celular está presente em 99,5% dos lares brasileiros, segundo dados do IBGE. Isso significa que o mobile marketing é imprescindível para as agências criativas, pois a maioria dos usuários acessa os conteúdos usando um aparelho celular.
Nesse sentido, é essencial pensar na interface do usuário, acessibilidade e entender como o usuário utiliza o aparelho. Assim, é mais fácil compreender como alcançá-lo, seja a partir de mídias sociais ou desenvolvendo apps exclusivos.
#5 Video marketing
A pesquisa Visual GPS, conduzida pela Getty Images, aponta que 52% dos profissionais de marketing estão investindo no uso de conteúdos em vídeos para alcançar a audiência. Dados do eMarketer indicam, ainda, que o formato causa mais impacto e que 95% da mensagem é lembrada pelo usuário.
Portanto, o vídeo é e continuará sendo o melhor meio de atrair a atenção do público, envolvê-lo e vender uma ideia.
#6 Marketing de influência
Segundo dados da Nielsen, 71% dos consumidores confiam na publicidade, produtos e opiniões quando estas são apresentadas por influenciadores. Ou seja, eles ainda são peça-chave quando o assunto é aproximar a marca do cliente.
No entanto, um novo fenômeno vem tomando conta, o creator economy (economia dos criadores de conteúdo). Um levantamento feito pela CB Insights apontou que os creators economy movimentaram mais de US$ 1,3 bilhão em 2021.
Eles são profissionais que criam vídeos, textos, fotos, entre outros, e monetizam esses conteúdos. Alguns se tornam autoridades em determinados assuntos, e podem auxiliar a criar conexão entre consumidor e marca. No entanto, é preciso entender como esse profissional pode adequar-se a determinadas campanhas e se ele é o mensageiro ideal de acordo com o produto oferecido.
#7 IA
Ferramentas como o Chat GPT, IA generativa, Mind Journey, entre outros, poderão mudar o modo de trabalho das agências. Elas otimizam o planejamento de conteúdo, auxiliam na análise de dados e permitem a automação de tarefas, otimizando os processos e aumentando a produtividade da agência, trazendo mais agilidade e assertividade.
Com o rápido avanço dessa tecnologia e aplicação em diversas frentes da sociedade, incluindo o setor de entretenimento, como música e produção de vídeos, surgiu uma necessidade de regulamentação do seu uso. Porém, entende-se que ainda há muito o que explorar e que o horizonte, nesse caso, ainda é ilimitado.
Como vimos até aqui, a tecnologia é uma aliada dos processos e vem trazendo mudanças significativas ao setor criativo. Para auxiliar você a ficar por dentro de todas as novidades das agências no futuro, te convidamos a conhecer a Opcon!
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Jornalista por formação e Especialista em Administração da Comunicação pela Sustentare Escola de Negócios. Apaixonada por pessoas e curiosa, tem a certeza que nasceu para comunicar. Há dez anos, trabalha na área, tendo ampla experiência em comunicação corporativa, inbound marketing e gestão de redes sociais.
- Por Ariadna Straliotto em 11/10/2023
- Categoria: Gestão