Os 11 insights mais valiosos da OPCON 2021

Conquistar novas habilidades, aprender sobre novos assuntos, conhecer as tendências de mercado e observar o dia a dia com uma nova visão podem transformar o seu negócio. Foi pensando em oferecer essa experiência que a OPCON foi criada. A conferência de gestão e produtividade para agências promovida pela Operand está na sua segunda edição e, a cada ano que passa, busca reunir os melhores profissionais e os temas mais urgentes para serem debatidos e colocados em destaque. O evento de publicidade, focado em gestores de agências, trouxe o tema gestão remota para a edição de 2021.

Foram mais de 30 speakers convidados, todos especialistas em suas áreas e com grande relevância no mercado publicitário. As mais de 20 palestras e os painéis ao vivo foram acompanhados pelos espectadores entre os dias 17 e 20 de agosto. Mas para quem não pôde prestigiar o evento de publicidade nos dias em que ele ocorreu, a Operand manteve todas as palestras gravadas acessíveis ao público. Elas podem ser assistidas por meio do site da OPCON

Reunimos alguns dos insights mais valiosos deste evento de publicidade, para que você não perca nenhum aprendizado e possa aplicar as melhores práticas na sua agência. Confira!

Ambiente de trabalho, cultura e gestão de equipes

Muitas vezes, o foco de uma agência está nas entregas e performance dos resultados. Isso não está errado, mas existem outros parâmetros essenciais para observar no dia a dia de um time.

Luiz Buono trouxe o tema ambiente de trabalho saudável, sob o ponto de vista de sua atuação na Agência Fábrica, em que foi implementado um modelo horizontal de gestão, e que, segundo ele, contribui não apenas para a construção de uma cultura mais forte, de forma natural, sem precisar instituí-la, mas também a manter um clima amistoso e com uma energia harmoniosa entre o time. Além disso, acredita que é preciso contribuir de forma ativa para a expansão individual e coletiva dos colaboradores.

Diego Carmona contou a história inspiradora que conduziu a sua evolução profissional e pessoal, e que se aplicou também à sua empresa, a Lead Lovers. Ele destacou que a emoção é que conduz a vida das pessoas, por isso é importante que as empresas percebam que o valor de um bom atendimento está na satisfação de entregar algo de valor para o outro. Carmona acredita que é necessário trazer esse embate emocional para dentro da cultura das empresas, que por ter uma visão muito técnica do mundo, podem não estar contribuindo de forma efetiva para o sucesso de seus clientes.

Olhando para a parte mais processual e de gestão da área de equipes, Karine Sabino, da Adove Comunicação, aborda pontos fundamentais na construção de um time mais organizado, com foco na comunicação interna, e na gestão de conhecimento dentro das agências. Ela reforça que os gestores precisam conhecer os seus colaboradores, pois cada um pode ter uma forma de se comunicar, seja auditiva, visual ou cinestésica. Da mesma forma, Sabino destacou a importância de alinhamentos internos entre o time, com relação a projetos e expectativas.

⚡ Um ambiente de trabalho saudável, com processos claros e organizados e uma cultura que traduz a visão da empresa de forma natural, além de valorizar as pessoas, são pontos essenciais na construção de um grande time.

Análise de dados e performance

Não é novidade que trabalhar com dados pode ajudar a direcionar os caminhos de campanhas, projetos ou mesmo o futuro da sua agência. O evento de publicidade OPCON trouxe especialistas para falar desse tema, com diferentes perspectivas.

Rodrigo Nascimento quer que todos possam se beneficiar do marketing de dados sem medo de achar que ele é muito complexo. À frente da Buscar ID e um dos pioneiros a abordar o tema no Brasil, Nascimento destacou que uma agência que ainda não usa dados, não tem uma direção clara e só vai trabalhar com entregas, tornando-se limitada. Para ele, os dados ajudam a estabelecer metas e a antecipar as necessidades e dores dos clientes.

Sávio Arruda acredita na força das perguntas. Muitas vezes os gestores acreditam que sabem as respostas de todas as coisas, mas não se pode confundir opinião com dados. Ele reforçou que as estratégias precisam ser cada vez mais baseadas em dados, para ter uma assertividade maior. Para Arruda, da Intless, não é preciso substituir a bagagem, experiência e percepções do gestor, pois elas permanecem muito valiosas, mas integrar toda essa vivência aos dados pode ajudar a obter resultados mais satisfatórios. 

Raphael Leite falou sobre performance e destacou que as agências muitas vezes olham apenas para as métricas dos seus clientes e esquecem das próprias. Segundo ele, são as métricas que irão criar a alavanca de crescimento da agência. O Head de Marketing e Operação na Digital Gurus também trouxe a importância da equipe para a operação. Para Leite, não tem nada mais importante do que ter um time capacitado, preparado e com potencial.

Os dados precisam atuar como direcionadores das estratégias da agência. Somados à experiência e conhecimento do gestor, tornam as decisões mais assertivas e podem ajudar a construir estratégias que ultrapassem as expectativas dos clientes.

Equipes de alto desempenho

Ter um time capacitado, preparado e que possa conduzir os processos com autonomia sem a intervenção direta de um líder é o sonho de muitos gestores. Mas estruturar essa equipe dos sonhos e manter resultados de alto nível é um grande desafio.

Ellen Muller acredita que o primeiro passo é conhecer cada “jogador” do seu time, onde cada um tem mais habilidade, onde tem menos, onde pode crescer e se desenvolver e onde pode ajudar mais a empresa e o restante da equipe. A CEO da Coem destacou em sua fala no evento de publicidade que as empresas são formadas de processos e pessoas, e que diferente do que muitos acreditam, muitas vezes os processos ajudam os colaboradores a evoluírem e serem criativos dentro do espaço onde eles precisam ser criativos. Muller ainda disse que é preciso alinhar as expectativas e a missão do seu negócio, pois as pessoas que vão caminhar ao seu lado precisam saber para onde você está indo, para que possam ajudar você a chegar lá.

Da mesma forma, Bruno Machado Soares da Feedz acredita que é essencial alinhar o propósito da agência e mostrar o sucesso para todo o time, não guardar o encantamento apenas para os clientes. Ele acredita que a motivação é o impulso que nos leva a ação, por isso invista em processos, ações e formas de manter o seu time feliz e motivado. Caso alguém não esteja conseguindo entregar, o gestor precisa sempre se perguntar se é habilidade ou se apenas está faltando motivação.

⚡ Para estruturar e manter uma equipe de alto nível, primeiro você precisa conhecer cada pessoa que compõe o time, dentro das suas habilidades e limitações. É essencial mapear os processos internos e deixar isso claro e acessível a todos. Não deixe de observar e melhorar o fator motivação dentro do time, ele pode ser determinante para o nascimento de grandes projetos.

Gestão financeira e precificação

Calma, não precisa ter medo dos números! Já destacamos aqui o quanto os dados podem ser importantes para a evolução de uma agência. E isso não é diferente quando o assunto é a área administrativo-financeira. Muitos gestores colocam seu foco na parte criativa e acabam esquecendo que uma agência continua sendo uma empresa, com todas as suas características de custos, pagamentos e precificação. O evento de publicidade OPCON trouxe algumas dicas para essa função.

Normalmente essa costuma ser uma área sensível dentro das agências, feita especialmente pelos gestores. Valeria Nakamura, da TriadEduca, destacou que não há problema em não dominar a gestão financeira, mas é essencial que os gestores ao menos possam entender o que os números estão dizendo. Ela afirma que muitas vezes, por falta de conhecimento, os administradores acabam “roubando” de si mesmos, por não ter controle das entradas e saídas, nem diferenciar a conta pessoal da conta jurídica.

Larissa Sielichoff trouxe para o evento de publicidade um dos temas que gera mais dúvidas e insegurança, que é o momento de colocar valor monetário no trabalho. Ela coloca foco no valor e não no preço, pois ele é quem precisa ser considerado antes de tudo. Para a CEO da Priceloop, os gestores precisam parar de olhar para a concorrência para precificar os seus serviços. O que gera valor é a autenticidade e a capacidade de resolver os problemas.

Reserve uma atenção especial à gestão financeira do seu negócio e certifique-se de que compreende o que os números significam dentro da sua estratégia. Conheça o seu valor e controle os seus custos, mas não se foque neles para precificar os serviços, e sim na sua capacidade de gerar entregas de qualidade.

Posicionamento, vendas e crescimento

Onde você quer chegar com a sua agência? Você tem esse objetivo claro? O posicionamento de mercado e as estratégias de crescimento são importantes para a tomada de decisão no dia a dia das agências.

Para Felipe Bogéa, essa clareza permitirá saber como gerar valor para o cliente. O sócio-gerente da F2F-digital trouxe algumas dicas para ajudar as agências a crescer dois dígitos por ano. Demitir clientes que não geram valor ou lucro e ainda causam tensão na sua equipe é uma delas. Crescimento para ele é uma forma de gerar novas oportunidades, e quando a agência para de crescer, ela para de evoluir.

Não existe crescimento sem conversão. São os clientes que vão permitir que a agência cresça financeiramente e que possa conquistar projetos cada vez maiores. Mas para isso, é preciso vender o serviço de forma eficiente, para que além da venda, se torne um relacionamento saudável e de confiança entre as partes. Carol Manciola, CEO da Posiciona Educação e Desenvolvimento fala que conhecer o cliente, seus problemas e suas dores é o ponto de partida para fechar uma boa venda. Porém, ela dá um alerta: ter um cliente satisfeito é diferente de ter um cliente de sucesso, por isso, é preciso ter cuidado para não oferecer promessas demais, com entregas de menos.

Rafael Rez acredita que as agências precisam escolher os clientes que querem trabalhar, e que isso é sinal de um bom posicionamento de mercado. Para o fundador da Web Estratégica, a agência precisa focar naquilo que realmente entende e pode entregar com qualidade e que não é preciso ser o melhor sempre. Ele afirma que ser diferente é mais relevante do que ser o melhor, e ainda assim, para as pessoas que você atende, você vai continuar sendo o melhor do mundo.

Estabeleça metas ousadas, mas alcançáveis. É importante que você mantenha a sua agência sempre em evolução, pois é dela que partem as oportunidades. Conheça muito bem o seu cliente, estude sobre ele e o seu mercado e faça diferente que os demais para destacar-se na visão de quem mais importa.

A importância dos processos na gestão, planejamento e análise

Quando alguns gestores pensam em estabelecer processos dentro de uma agência, a impressão gerada muitas vezes é a de que isso pode limitar a criatividade e prejudicar o trabalho de quem atua diretamente com o fator inspiração. Mas os processos podem ser grandes aliados das agências, desde o planejamento das metas e objetivos, gestão de riscos até a gestão de projetos. A organização e a clareza de informações, aliadas a metas previamente definidas, podem produzir resultados incríveis.

Daniel Keller, da CETEG Consultoria Empresarial, trouxe a metodologia de gestão OKR para o evento de publicidade com uma abordagem prática e simples pois, segundo ele, nada que é complexo se torna um hábito dentro das organizações, sejam elas grandes ou pequenas. Para Keller, o método OKR se destaca como uma ferramenta útil pois preconiza que se faça poucas mas relevantes atividades, diretamente conectadas aos resultados esperados para o negócio.

Mariana Sete falou sobre gestão de projetos sob a ótica de Gerente Operacional e Estratégica da Agência Fullgaz, que conta com um formato próprio para gerenciar as demandas internas. Ela afirma que é importante analisar e diferenciar processo de projeto, e que projeto precisa ter começo, meio e fim, enquanto o processo vai viabilizar o andamento das atividades e estabelecer como vai se desdobrar o atendimento ao cliente, por exemplo.

Para Daniel Queiroz, os processos podem ser aliados na redução de riscos dentro das agências. Segundo o COO do Grupo Duca e Presidente da Fenapro, o papel dos gestores é saber gerenciar os riscos, e a forma mais inteligente de enxergá-los é entender que eles fazem parte do processo, ou seja, precisam ser mapeados e mitigados sempre que possível. Queiroz também aposta na análise dos resultados, pois para ele, quem não mede, não está gerenciando.

Estabeleça processos úteis na sua agência, mas certifique-se de que sejam simples e de fácil aplicação, do contrário não se tornarão hábitos. Os processos podem ajudar a gerir tarefas, projetos e equipes, além de contribuir para mapear e mitigar riscos na sua operação.

De olho nas tendências e melhores estratégias

Como parte de um mercado criativo, dinâmico e muito ágil, as agências precisam sempre estar atualizadas com as últimas tendências e acompanhar as melhores práticas e estratégias dentro das áreas em que atuam. No evento de publicidade OPCON, alguns especialistas falaram sobre temas diversos, mas que convergem como uma prévia dos próximos passos dentro do marketing digital.

No warm up da OPCON, Rafael Kiso e Edney Souza falaram sobre a era da voz, esse momento que estamos vivendo, em que as interações por áudio alcançaram grande importância no mercado e se desdobraram em muitas aplicações e novas mídias. Segundo os convidados, o uso da fala para comunicação virtual, pesquisa e consumo de informações só tende a crescer, sobretudo no mercado de assistentes virtuais e na pesquisa por voz, impactando diretamente estratégias de conteúdo como o SEO, por exemplo.

E por falar em SEO, esse conjunto de estratégias pode ser usado para ampliar a força e o alcance do seu branding, se for bem trabalhado. Essa é a visão de Anderson Fagundes, da Lume, que acredita que a busca por voz, por exemplo, surge como uma grande oportunidade de se posicionar bem e criar conteúdos que vão de encontro a essa demanda. Ele destacou em sua fala no evento de publicidade que é importante lembrar que, apesar do SEO contar com métricas claras de análise, o branding não é algo palpável, então isso precisa ficar bem claro, pois pode ser motivo de frustração para o cliente, que está acostumado a medir tudo a partir do ROI.

Outra estratégia importante e que está em alta no mercado é o Growth Hacking, que ainda se mostra como um desafio para as agências. Mas se algum dia você ouviu falar que as técnicas de hack são como uma fórmula mágica, o Gestor de Growth da RD Station, Thiago Rocha, afirmou que as coisas não funcionam bem assim. Segundo ele, o essencial é olhar para os pilares de crescimento da empresa e para o mercado e se perguntar: o que as empresas de sucesso e crescimento acelerado têm em comum? Thiago esclareceu que hack é uma técnica de experimentação, de tentativa e erro e que de nada adianta usar estratégias de crescimento, se não puder entregar o básico para seus clientes.

Muitas vezes pensamos nas estratégias em si e na técnica, mas em alguns casos, a experiência conta muito mais do que a entrega do serviço ou produto em si. Marilia Dovigues, da Etus, questionou o público sobre a experiência vendida para o cliente, qual o sentimento, qual a sensação que você está gerando nele? Muitas vezes a resposta para se destacar da concorrência está nessa pergunta. Ela ainda destaca formas de se colocar em evidência nas redes sociais: sendo humana, estando presente, e investindo seu tempo ou dinheiro nas mídias escolhidas.

⚡Tendências de mercado são sempre termômetros das novidades que podem transformar as estratégias, mas lembre-se sempre de focar na qualidade das suas entregas e na experiência que você gera no atendimento ao seu cliente. Lembre-se de estar presente e de humanizar a empresa do outro lado. Insights que podem pautar suas estratégias: tudo o que envolva interações por áudio, adaptação da estratégias de SEO para as buscas por voz e uso de SEO para potencializar a sua marca. 

Diversidade, equidade e igualdade

Apesar de não ser novo, o tema diversidade tem ganhado cada vez mais notoriedade na mídia e nas discussões de representatividade em todos os mercados e setores. As pautas relacionadas à equidade e igualdade se mostram urgentes, à medida que a sociedade exige das empresas que demonstre o mesmo respeito, inclusão e representação a todas as pessoas, sem distinções.

No painel ao vivo sobre diversidade, equidade e igualdade, os convidados trouxeram o tema para o centro da discussão, principalmente no que diz respeito ao que ainda falta ser feito. Priscila Vitório, do Nubank, destacou que uma empresa ter diversidade não significa que ela incluiu aquelas pessoas, pois inclusão é uma opção. Da mesma forma, Jeferson Guimarães, da Leo Burnett Tailor Made, lembrou que as pessoas até conseguem chegar nos lugares, mas não chegam a ser vistas como pessoas. Para ele, igualdade não é dar o mesmo acesso a todos, pois isso não tem um efeito duradouro se a humanização não for colocada em questão. Já para Cris Oliveira, da W3haus, o termo igualdade é uma utopia e o mínimo que as minorias esperam é respeito e equidade nas relações. Para ela, a única coisa que temos de igual é que somos todos diferentes.

⚡ Fique atento ao seu time para entender se todos eles se sentem incluídos e se o mesmo tratamento é dado a todos. Isso está relacionado tanto ao respeito, quanto aos salários, aos benefícios e às oportunidades. E se a sua agência ou empresa ainda não conta com uma equipe diversa, que tal trazer novos olhares, percepções e gerar ainda mais valor para os seus projetos?

Gestão remota, produtividade e criatividade

Tema central do evento de publicidade OPCON, o trabalho remoto acabou se tornando um tema comum nos últimos meses, devido à necessidade de isolamento social que o mundo precisou encarar de forma mandatória. Apesar dos benefícios desse formato, muitos colaboradores e agências não estavam preparados para essa mudança drástica em sua rotina, o que gerou alguns conflitos. Porém, por outro lado, algumas organizações perceberam o valor que poderiam agregar à sua cultura e ao bem estar da sua equipe e acabaram transformando o seu modelo de negócio.

Trabalhar de forma remota requer muita disciplina, organização e gerenciamento de tempo, sobretudo quando o home office fica na própria casa. Como ser produtivo, criativo e fazer a mesma quantidade de entregas? A resposta pode estar na gestão do tempo. Lara Daianna, da Operand, lembrou que a rotina de todo mundo se perdeu no trabalho remoto e tudo precisou ser transformado e ressignificado. A qualidade do tempo se tornou algo precioso, e que precisava – e ainda precisa – ser gerenciada. Isso pode ser feito com a metodologia timesheet, manualmente ou em uma ferramenta específica, e evita inclusive a sobrecarga de atividades. Como Lara reforça, não adianta fazer várias atividades ao mesmo tempo, se você não conseguir entregar nada.

A posição de Carolina Bazzi Morales, sócia proprietária da IComunicação e presidente da ABRADi Nacional vai de encontro às mesmas percepções apresentadas por Lara. Ela disse que o “novo” do novo normal simboliza exatamente esse despreparo nosso e do nosso cérebro para lidar com todas essas situações que não estávamos acostumados. Para ela, as pessoas ainda estão aprendendo a trilhar os caminhos desse possível retorno e isso precisará ser feito em etapas, até a forma mais equilibrada possível.

Arthur Furlan, CEO da Cloudez e da Configr, destacou a cultura como um dos pontos mais difíceis de serem transportados para o trabalho remoto. Para ele, dentro do seu time o maior desafio não foi manter a mesma produtividade, mas conseguir cuidar da saúde mental de todos. Rafael Calia, CEO da Zero PPG, compartilha a mesma visão e segundo ele o conceito de trabalho remoto ou híbrido precisa estar intrínseco à cultura da empresa para dar certo. Para Rafael, as empresas precisam aprender a focar mais na qualidade das entregas do que em saber se a pessoa está trabalhando em determinado horário ou não.

Com experiência de mais de 11 anos em trabalho remoto, Renato Contaifer, que está à frente da Officeless desde 2017, ajuda empresas a desenvolverem essa cultura e construir equipes mais conectadas e organizadas. Para ele, é preciso entender que se a agência estabeleceu que uma pessoa está trabalhando remoto, a partir desse momento todas estão. O que isso significa? Que toda a comunicação precisa ser pensada para quem não está presente, e que todos precisam ser comunicados ao mesmo tempo de alguma demanda ou decisão, pois evita a criação de subculturas dentro do escritório. Outro ponto importante mencionado por Contaifer no evento de publicidade é sobre gestão do conhecimento! Para ele, o ideal é que a maioria das perguntas possam ser respondidas por um link, por meio de uma base de conhecimento digital.

⚡Para uma experiência mais exitosa em relação ao trabalho remoto, recomenda-se fazer a gestão do tempo para que ele seja usado da melhor forma possível. Além disso, caso a agência pense em manter um formato remoto ou híbrido, precisa adequar as suas comunicações para que possa integrar todo o time, além de investir numa boa base de conhecimento.

O que os clientes querem das agências?

Imagino que a pergunta acima já pode ter passado pela cabeça de muitos gestores de agências e a verdade é que há muitas variáveis envolvidas nessa resposta. Em grandes empresas, por exemplo, as agências disputam as demandas e jobs com equipes in-house, que acabam ganhando mais força por estarem mais próximas das atividades e das informações e têm a capacidade de atender diversas demandas de forma ágil. Como concorrer?

Para Gislayne Aguiar, Coordenadora de Comunicação Interna na Tupy, as agências podem ganhar em inovação. Uma equipe in-house pode não ter uma ampla visão do mercado, então a agência pode trazer isso como um diferencial competitivo e ganhar esse espaço com o cliente. Além disso, ela acha que as regras do “jogo” precisam estar bem claras entre as partes, para ambos saberem o que cobrar durante o processo. Gislayne diz que a criatividade é o elo comum, o fio condutor da relação entre cliente e agência e esse pode ser um ponto a ser explorado.

Caio Meira acredita que a resposta está no conhecimento que a agência tem das próprias potencialidades e em saber até onde vão as capacidades técnicas e criativas da equipe. Para o Líder de Branding e Comunicação na Impulso, as agências têm que entender onde elas ganham, onde elas perdem, saber qual é o seu valor. Além disso, destacou que a experiência gerada no cliente precisa ser muito positiva e significativa, e que muitas vezes isso é deixado de lado.

O Gerente de Marketing/Relacionamento da Cacau Show, Cauê Sanchez, destaca que há espaço tanto para as equipes internas, quanto para as agências externas dentro das empresas. Quanto mais se avança, há cada vez mais demanda, mais volume, e é preciso mais profundidade no atendimento. Nesse momento, pode ser que haja a necessidade de um suporte maior das agências, dentro das suas especialidades. Segundo ele, pode se tornar um ganha-ganha, pois quanto mais a empresa cresce, tudo vai crescer, inclusive o fee da agência, então interessa a todo mundo!

⚡ As agências que querem se destacar frente às grandes empresas podem apostar nas suas especialidades, para conquistar projetos de maior complexidade junto aos clientes. Ofereça a sua visão do mercado, pois muitas vezes as empresas não conseguem acompanhar as tendências e estratégias, por isso ofereça inovação como diferencial. Ajudando a empresa a crescer, você cresce junto com ela!

Gerando receita extra

Dentre vários temas que poderiam ser discutidos ao vivo pelos especialistas, o público votou e escolheu ouvir sobre como gerar receita extra nas agências. Muitas agências ficam dependentes dos pagamentos dos seus clientes e não conseguem ampliar os seus rendimentos, por isso a ideia foi reunir algumas soluções para esse problema.

O painel ao vivo, feito em formato de brainstorming entre os integrantes, gerou várias ideias de soluções para esse problema. Os três especialistas que integraram a “bancada” foram Rodrigo Maciel, KeySpeaker do evento de publicidade OPCON e mentor de agências, Igor Moraes, CEO e Fundador da AgênciaPRO+, e Vinicius Gambeta, CEO da Agência de Bolso e idealizador do Brainstorming de Emergência.

Listo aqui algumas das ideias levantadas:

⚡ Oferecer serviço de media training

⚡ Criar produtos digitais

⚡ Organizar pequenos eventos

⚡ Realizar venda de análise e diagnóstico de redes sociais

⚡ Oferecer serviços de consultoria

Curtiu? Se quiser ver todas as ideias ou assistir a todas as palestras da OPCON 2021 novamente, é só acessar o site do evento. Esperamos que os insights sejam úteis no seu dia a dia e desejamos bons negócios! 😉